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Frigoríficos devem apresentar piora no 4T22, diz XP

22 fev 2023, 11:27 - atualizado em 22 fev 2023, 12:03
Frigoríficos
Frigoríficos na berlinda: Descasamento entre oferta e demanda por carne tende a prejudicar desempenho do setor. (Imagem: Whitaker/Reuters)

As expectativas para os resultados dos frigoríficos brasileiros na temporada do quarto trimestre de 2022 (4T22) não são as mais animadoras, segundo a XP Investimentos. As quatro companhias do setor listadas na B3 (B3SA3) devem apresentar piora nos indicadores.

Nem mesmo a Minerva Foods (BEEF3), que vinha registrando desempenho superior ao de seus pares, deve sair bem na foto nesta safra de resultados.

A empresa estreia a divulgação dos frigoríficos com balanço no dia 23 de fevereiro, após o fechamento do mercado.

“As margens de dois dígitos da Minerva parecem mais distantes. Os frigoríficos devem enfrentar um momento desafiador pela frente, principalmente devido à dinâmica desequilibrada de oferta e demanda de curto prazo em todas as proteínas“, afirmam os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, que assinam relatório da XP.

Minerva Foods (BEEF3)

A XP recomenda a compra das ações da Minerva, com preço-alvo de R$ 19,10 nos próximos 12 meses. Considerando a cotação atual a R$ 12,38, o potencial de valorização é de 54%.

Entre seus pares, o Minerva é o frigorífico que deve reportar a maior margem no 4T22 a 2%, com redução de apenas 1 ponto percentual na comparação anual e elevação de 31 p.p. ante o terceiro trimestre de 2022, quando a margem era de 1,7%, disse a corretora.

Minerva Foods (BEEF3) 4T22 Estimado 4T21 Apurado Variação (%)
Receita líquida R$ 7,063 bilhões R$ 7,506 bilhões -6
Lucro bruto R$ 1,398 bilhão R$ 1,402 bilhão -0,3
Ebitda ajustado R$ 652 milhões R$ 735 milhões -11
Lucro líquido R$ 140 milhões R$ 150 milhões -6

BRF (BRFS3)

A BRF (BRFS3) tem recomendação neutra pela XP, que estima preço-alvo de R$ 20,60 nos próximos 12 meses. Considerando a cotação atual a R$ 6,86, o potencial de valorização é de 200%.

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O expressivo potencial de ganhos embute também um risco considerável que o investidor precisa considerar.

Ainda assim, a corretora não vê a companhia como a escolha mais arriscada do setor no momento, já que as operações no Brasil devem ajudar a compensar a piora nas unidades do exterior.

A XP projeta que a margem líquida da BRF será de -1,3% no 4T22, uma queda de 811 p.p. na comparação com a margem de 6,8% obtida no mesmo período do ano retrasado. O balanço será divulgado no dia 28 de fevereiro, após o fechamento do mercado.

BRF (BRFS3) 4T22 Estimado 4T21 Apurado Variação (%)
Receita líquida R$ 13,898 bilhões R$ 13,724 bilhões 1
Lucro bruto R$ 2,516 bilhões R$ 3,133 bilhões -20
Ebitda ajustado R$ 1,159 bilhão R$ 1,761 bilhão -34
Lucro líquido – R$ 183 milhões R$ 933 milhões -120

Marfrig (MRFG3)

A Marfrig (MRFG3), segundo a XP, é a ação mais arriscada do setor dada a sua baixa diversificação, que deve ter sido sentida no 4T22 a partir da piora dos resultados provenientes dos Estados Unidos, com a virada do ciclo do gado, segundo a corretora.

A XP recomenda a compra da Marfrig devido ao elevado desconto da ação de 330%, com preço-alvo de R$ 28,30 ante à cotação atual de R$ 6,58.

Já a margem líquida da empresa esperada é de -0,1% no 4T22, um recuo de 283 p.p. ante o resultado no mesmo período do ano retrasado. O balanço será divulgado no dia 1º de março, após o fechamento do mercado.

Marfrig (MRFG3) 4T22 Estimado 4T21 Apurado Variação (%)
Receita líquida R$ 22,030 bilhões R$ 23,941 bilhões -8
Lucro bruto R$ 2,311 bilhões R$ 5,027 bilhões -54
Ebitda ajustado R$ 1,327 bilhão R$ 4,181 bilhões -68
Lucro líquido – R$ 15 milhões R$ 662 milhões -102

JBS (JBSS3)

Segundo a XP, desta vez a diversificação da JBS (JBSS3) não deve ter ajudado o desempenho da companhia no 4T22, com piora de indicadores. O desconto elevado da ação, disse a corretora, justifica a recomendação de compra.

A XP estima preço-alvo de R$ 58,10 nos próximos 12 meses, implicando potencial valorização de 210% com a cotação atual a R$ 18,72.

O frigorífico deve ter reportado margem líquida de 0,4% no 4T22, um retrocesso de 626 p.p. ante a taxa de 6,7% no último trimestre de 2021. O balanço será divulgado no dia 21 de março, após o fechamento do mercado.

JBS (JBSS3) 4T22 Estimado 4T21 Apurado Variação (%)
Receita líquida R$ 87,194 bilhões R$ 97,192 bilhões -10
Lucro bruto R$ 6,656 bilhões R$ 20,306 bilhões -67
Ebitda ajustado R$ 3,534 bilhões R$ 13,150 bilhões -73
Lucro líquido R$ 383 milhões R$ 6,516 bilhões -94

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