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Sobe para 36, em 24hs, os funcionários afastados por covid em frigorífico de SC e operações preocupam

14 jan 2022, 14:23 - atualizado em 14 jan 2022, 17:26
Vacinação contra Covid-19
Mesmo com cuidados redobrados e atenção, os casos de covid já estão presentes em frigoríficos (Imagem: Ministério da Saúde/ Myke Sena)

Quando conversou com Money Times, pouco antes das 14 horas desta sexta (14), o proprietário do Frigorífico Verdi, tinha 15 funcionários afastados por covid na quinta, mas os resultados de outros testados que chegaram há pouco somaram mais 21 casos, elevando o total a 36.

As operações, que estavam fluindo, poderão complicar reforça Ariel Verdi, que tem 280 empregados diretos, que afirma nunca ter relaxado os controles contra a pandemia.

Mas e na semana que vem, e na outra?, pergunta o presidente Ariel Verdi, com um olho na necessidade mínima para uma linha de produção e outro no entorno da região de Pouso Redondo (SC), quando só vê a multiplicação dos casos.

Caso desta empresa, os frigoríficos não devem estar tranquilos em relação à rapidez de expansão do contágio pela variante ômicron, uma vez que foram atingidos durante o auge da pandemia, embora o presidente do Sindicarne Santa Catarina, José Antônio Ribas, tenha considerada exagerada e desproporcional a exposição que o setor obteve.

Por ora, as empresas monitoram a situação, ainda elevada em cuidados por conta da gripe influenza, sob controles e protocolos atualizados, evitando que se repita paralisações de operações por funcionários pendurados em atestados médicos ou por exigência das autoridades sanitárias.

Dos frigoríficos consultados por Money Times, entre os que atenderam aos questionamentos, outro catarinense, que só trabalha com suínos, disse ter bloqueado a entrada de 5 funcionários na portaria em teste de febre.

“Redobramos os cuidados, mas tememos o avanço que já toma conta da nossa região”, informa o dono da empresa, sob anonimato, temendo estigmatização do consumidor e agentes de saúde.

Mais ou menos como ele, Ribas, do Sindicarne SC, não tem muita dúvida de que os casos de contaminação acontecerão, mais dia menos dia, e “precisamos achar um ponto de equilíbrio, já que essa variante é diferenciada, nem acima e nem abaixo das necessidades”.

O diretor-executivo da entidade ligada aos abatedouros e processadores de carne, Jorge Lima, ainda não registrou casos de problemas que possam chegar às linhas de produção, e mantém estreito contato com o governo local e empresas.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) lembra que a entidade e o Hospital Albert Einstein produziram um conjunto de medidas, no passado, em linha com os protocolos oficiais, no enfrentamento da covid, e as empresas o seguem estritamente. “E conseguimos manter [em 2020 e 2021] o abastecimento interno e dos mais de 150 mercados importadores”, diz em nota.

No Mato Grosso, o Frigorífico Boa Carne, de Colíder, não teve problemas desde quando foi inaugurado, em março de 2021. Neste estágio da ômicron e da influenza, o sócio-proprietário,  Ovaldir Mançano, determinou o redobramento dos cuidados.

“Preocupar, preocupa, afinal estamos numa pandemia ainda, mas não temos tido, ainda, casos de funcionários afastados, mas sempre que um simples caso gripal aparece, mandamos de volta para a casa”, atesta o empresário, cuja empresa está matando 850 bois por dia.

Outros processadores de carnes, como JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3), Minerva (BBEF3), BRF (BRFS3) e a cooperativa paranaense Copacol foram contatados através de suas assessorias, mas não responderam até a edição deste texto.

A Abrafrigo, uma das entidades que representam as companhias de bovinos, disse não ter dados sobre a situação.