Franquia: Como esta rede de odontologia espera faturar o primeiro bilhão
A rede de franquias de odontologia, com foco em implantes, Oral Sin, possui uma meta de faturamento de R$ 1,09 bilhão em 2022, crescimento de quase 50% na comparação com os R$ 733 milhões arrecadados em 2021.
Atualmente, a companhia possui 452 unidades e prevê fechar o ano com mais de 700 lojas.
Todas essas metas, bastante robustas, partem de uma estratégia definida pela empresa, a ser guiada pelo marketing.
O primeiro passo é estipular um valor mínimo de 8% do faturamento dos franqueados para investir em publicidade.
“Vamos pensar no faturamento padrão do franqueado, que é de R$ 250 mil. Nesse caso, ele vai investir 8% desses 250 mil em marketing. Então são R$ 20 mil de cada unidade por mês, em média”, disse Luiz Teixeira, COO da Oral Sin ao Money Times.
Segundo o franqueador, dentro desses 8% está o dinheiro para a propaganda local. Ele diz que, em seu caso, as propagandas aparecem em lugares de boa visibilidade, como em um jogo de futebol.
Segundo Teixeira, a companhia tem uma estratégia de marketing “bem estruturada”, tendo em vista que além da propaganda local, a rede também tem um fundo nacional de propaganda, que cuida do marketing a nível Brasil.
“A gente renovou com o cantor Leonardo para fazer uma campanha. É o nosso novo padrão de marca[fazer parcerias com famosos]”, afirma.
Uma outra estratégia para chegar na cifra tão desejada é o que ele chama de “encantamento e indicação”.
A ideia é cativar o cliente com um bom serviço, fazendo ele indicar a clínica para amigos e conhecidos, pois para o COO da Oral Sin nada melhor do que o famoso “boca a boca”.
Para isso, ele comenta que a rede está desenhando um programa com uma consultoria para ter um fluxo de indicação muito bom.
“Então, além de ter o posicionamento de marketing estruturado, com a divulgação orgânica funcionando e depois adicionar esse fundo de indicação que hoje ele não é explorado, teremos um plano de marketing bem definido”, explica.
Como entrar para a franquia?
O primeiro passo para entrar na rede de franquias é ter o capital mínimo para investir, que pode variar entre R$ 500 mil e R$ 800 mil.
Segundo o franqueador, o valor varia de acordo com o tamanho da loja, tendo em vista que quanto maior, mais funcionários devem ser contratados, ou seja, os custos para manter o negócio sobem.
Além disso, o local do estabelecimento pode elevar as despesas do negócio, pois o aluguel pode ser muito mais caro em cidades como São Paulo.
Taxas cobradas pela rede de franquias
Teixeira comenta também sobre a taxa de franquia, que pode variar de acordo com o tamanho da cidade. Segundo ele, em municípios acima de 40 mil habitantes, a taxa é de R$ 65 mil. Nas menores, o valor cai para R$ 40 mil.
Assim que a loja entrar em operação, há também a taxa de royalties e do fundo nacional de propaganda.
“Na taxa de royalties, nós cobramos 6% e, para o fundo nacional de propaganda, 1%. Todos esses valores percentuais são sobre o faturamento mensal do franqueado”, diz o franqueador.
Lucro e riscos
De acordo com o COO da Oral Sin, o faturamento médio do franqueado é de R$ 250 mil por mês. Já o lucro varia entre 20% a 25% do faturamento, ou seja, o franqueado pode ganhar R$ 50 mil por mês.
“Estimamos também que o retorno do valor investido volte integralmente para o franqueado em até 18 meses após a abertura do negócio”, explica.
Segundo ele, nenhum franqueado chegou a falir “de forma direta”. No entanto, Teixeira não negou a existência de situações que o franqueado precisou vender tudo que tinha para outro empreendedor da mesma rede, pois a unidade não retornou o esperado ou teve má gestão. Nesses casos, ele alerta que os riscos de prejuízo são fortes.
“Normalmente, ela vai sair no zero a zero com sorte, porque provavelmente vai estar vendendo algo com uma dívida que não conseguiu pagar e essa dívida será reduzida do valor da empresa”, pondera o empreendedor.
Tamanho mínimo de loja e lugar para abrir a franquia
O franqueador diz que a rede possui quatro modelos de unidades, as de 100 metros quadrados, de 150 metros quadrados, de 200 e de 250 metros quadrados.
Ele assegura que a de 100 metros é indicada somente para cidades muito pequenas, abaixo de 20 mil habitantes, que é o modelo que está sendo criando agora. As outras três já podem estar em municípios maiores.
Em relação à localização do negócio, a escolha é feita com base em áreas que são pré-definidas, em linha com a análise de geomarketing, potencial de consumo, público-alvo e variáveis macroeconômicas de determinadas regiões.
Além disso, também é realizado um check-list para definir o imóvel.
“Caso o franqueado chegue em uma área onde não vemos potencial de consumar, vai ser fácil explicar para ele que não vale a pena”, conclui.