França impõe novas restrições em batalha da Europa contra vírus
A França introduziu novas medidas para combater o rápido ressurgimento da pandemia de coronavírus nas principais cidades, aumentando os riscos para a recuperação econômica já lenta na Europa.
A primeira medida significativa entre as novas restrições na vida diária francesa desde o fim da quarentena em maio inclui o fechamento de bares às 22h em Paris e em vários outros grandes centros urbanos.
O ministro da Saúde da França, Olivier Veran, alertou que algumas regiões poderiam enfrentar uma “situação crítica” dentro de semanas sem as novas medidas.
Enquanto a Europa reemerge como epicentro do coronavírus, o Reino Unido – que impôs restrições mais duras nesta semana – anunciou um plano na quinta-feira para recuperar milhões de empregos, enquanto a Áustria proibiu festas depois do esqui para a próxima temporada de inverno.
“Nossa economia deve passar por um ajuste mais permanente”, afirmou Rishi Sunak, ministro das Finanças do Reino Unido, em audiência na Câmara dos Comuns. “Não posso salvar todas as empresas, não posso salvar todos os empregos. Nenhum ministro poderia.”
A França é mais um país europeu a mudar de rumo diante das crescentes taxas de infecção, enquanto líderes tentam evitar as amplas paralisações que colocaram o continente em forte recessão no início do ano. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, voltou atrás no apelo para que os britânicos retornassem aos escritórios, alertando sobre “muitas mais mortes” a menos que os cidadãos obedeçam a uma série de novas restrições.
O foco do anúncio de Sunak foi um novo programa para o mercado de trabalho que irá substituir as licenças que terminam em 31 de outubro e já ajudaram mais de 9 milhões de trabalhadores a um custo de 39 bilhões de libras (US$ 48 bilhões). A nova política vai pagar subsídios a empregados que conseguirem retornar ao trabalho por pelo menos um terço do horário normal.
A Áustria tenta salvar a temporada de esqui impondo uma proibição de festas depois que a falta de controles rigorosos no resort Ischgl levou a processos contra o governo do primeiro-ministro Sebastian Kurz. Restaurantes e bares só poderão atender clientes sentados, de acordo com as novas regras.
Há sinais de que a expectativa de restrições mais severas já atingiu a confiança na França, que subiu menos do que o esperado em setembro. Embora líderes empresariais estejam mais otimistas com a atividade recente, estão preocupados sobre as perspectivas para suas próprias empresas e todo o setor de serviços, segundo a agência nacional de estatísticas Insee.
Como outros países europeus, o coronavírus ganhou força na França depois da redução dos casos no início do verão. Os casos diários no país atingiram recentemente mais de 13.000 testes positivos.
Mas, por enquanto, a nova onda não causou grande número de mortes. Mais de 30.000 pessoas morreram de Covid-19 na França entre março e julho. O governo registrou 43 mortes relacionadas à doença na quarta-feira, elevando o total para 31.459.