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França está pronta para retaliar ameaça de tarifas dos EUA contra a União Europeia

03 dez 2019, 9:58 - atualizado em 03 dez 2019, 10:01
Uma investigação do governo dos EUA revelou que os novos impostos de serviços digitais da França prejudicarão empresas de tecnologia norte-americanas (Imagem: Reuters/Tom Brenner)

França e a União Europeia estão prontas para retaliar se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumprir a ameaça de impor tarifas de até 100% sobre 2,4 bilhões de dólares em importações de champanhe, bolsas de mão e outros produtos franceses, disse o governo francês nesta terça-feira.

A ameaça de tarifas punitivas veio depois que uma investigação do governo dos EUA revelou que os novos impostos de serviços digitais da França prejudicarão empresas de tecnologia norte-americanas e intensificarão a disputa comercial entre a Europa e Washington.

Falando em Londres na manhã desta terça-feira, antes de uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Trump disse que não permitirá que a França se aproveite de empresas dos EUA e que a UE trata seu país muito injustamente no comércio.

O ministro das Finanças da França, Bruno Le Mair, qualificou a ameaça norte-americana como inaceitável e disse que o imposto francês não discrimina companhias dos EUA.

Ministro de Finanças da França defende bloco europeu ante ameaças de Trump (Imagem: Reuters/Charles Platiau)

“Em caso de novas sanções norte-americanas, a União Europeia estará pronta para retaliar”, disse Le Maire à Radio Classique.

Mais tarde ele disse em uma coletiva de imprensa: “Não estamos mirando nenhum país”.

A taxa francesa de 3% se aplica à renda de serviços digitais de empresas com mais de 25 milhões de euros de receita na França e 750 milhões de euros no mundo.

Uma investigação do escritório do Representante Comercial dos EUA descobriu que o imposto francês “não condiz com os princípios de política tributária internacional prevalecentes”.

Ela apontou que o imposto é “anormalmente custoso” para as empresas norte-americanas, como Google, Facebook, Apple e Amazon.com.