França enfrenta nova onda de greve contra reforma previdenciária de Macron
Uma segunda greve nacional afetava as refinarias, o transporte público e as escolas da França nesta terça-feira, enquanto trabalhadores protestam contra os planos do presidente Emmanuel Macron de fazer as pessoas trabalharem por mais tempo antes da aposentadoria.
Multidões fizeram passeatas pelas cidades da França para condenar uma reforma que aumenta a idade de aposentadoria em dois anos, para 64 anos, e que é um teste à capacidade de Macron de promover mudanças agora que perdeu sua maioria no Parlamento.
Nas redes ferroviárias, apenas um em cada três trens TGV de alta velocidade estava operando e ainda menos trens locais e regionais funcionavam. Os serviços do metrô de Paris estavam desorganizados.
Estimulados por seu sucesso no início do mês, quando mais de um milhão de pessoas foram às ruas, os sindicatos que lutam para manter seu poder e influência instaram a população a comparecer em massa.
“Não vamos dirigir até que tenhamos 64 anos!”, disse a motorista de ônibus Isabelle Texier em um protesto em Saint-Nazaire, na costa do Atlântico, acrescentando que muitas carreiras envolvem duras condições de trabalho.
Outros se sentiam resignados antes da provável negociação entre a aliança governista de Macron e os oponentes conservadores que estão mais abertos à reforma previdenciária do que a esquerda.
“Não faz sentido entrar em greve. Este projeto de lei será aprovado de qualquer maneira”, disse Matthieu Jacquot, de 34 anos, que trabalha no setor de luxo.
Para os sindicatos, o desafio será manter o movimento grevista em um momento em que a alta inflação está corroendo os salários.
As pesquisas de opinião mostram que uma maioria substancial dos franceses se opõe à reforma, mas Macron pretende se manter firme. A reforma é “vital” para garantir a viabilidade do sistema previdenciário, disse ele na segunda-feira.