França encerra campanha eleitoral que opôs medo e raiva
O presidente francês, Emmanuel Macron, e a opositora de extrema-direita Marine Le Pen farão nesta sexta-feira apelos finais aos eleitores indecisos, pesando seus temores sobre o que uma Presidência de Le Pen poderia trazer contra irritação pelo desempenho de Macron.
De acordo com as últimas pesquisas para o segundo turno de domingo, o medo pode vencer a raiva: Macron, de centro e pró-europeu, está à frente de sua adversária antiimigração e eurocética por entre 10 e 14 pontos, bem fora das margens de erro.
Mas o fato de quase três em cada 10 eleitores dizerem que não votarão ou não se decidiram significa que uma vitória surpresa de Le Pen semelhante a eventos como o Brexit e a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos não pode ser totalmente descartada.
Nos últimos dias, Macron atenuou seu estilo muitas vezes abrasivo com reconhecimentos de que suas tentativas de reforma econômica e social deixaram muitos franceses irritados e insatisfeitos.
“Ela (Le Pen) conseguiu aproveitar algumas das coisas que não conseguimos fazer”, disse Macron à rádio France Inter na sexta-feira, citando preocupações dos eleitores de baixa e média renda sobre a política criminal ‘lei e ordem’ ou golpes em seus meios de subsistência.
Quatro pesquisas separadas publicadas na quinta e sexta-feira após um tenso debate na TV mostraram que o índice de Macron ainda está estável ou ligeiramente subindo para atingir entre 55,5% e 57,5%.
Mas também colocam a taxa de participação entre 72% e 74%, que seria a menor para um segundo turno presidencial desde 1969.
Na cidade central de Auxerre, alguns eleitores se uniram, embora com relutância, a Macron.
“Vou votar (em Macron) sem nenhuma convicção, mas a França de Marine Le Pen é inconcebível. Não quero uma França que seja contra a diversidade”, disse Alice Dubois, de 28 anos, jornalista parisiense que estava de férias na cidade.
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