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França emite mandado de prisão contra Carlos Ghosn, ex-CEO da Renault e da Nissan

22 abr 2022, 9:58 - atualizado em 22 abr 2022, 10:00
Carlos Ghosn, ex-CEO da Renault e da Nissan
Carlos Ghosn, ex-CEO da Renault e da Nissan, tem mandado de prisão internacional emitido pela França (Imagem: Flickr)carlos

A Justiça francesa emitiu, na quinta-feira (21), um mandado de prisão internacional contra o brasileiro Carlos Ghosn, ex-CEO da Renault e da Nissan, como divulgou Wall Street Journal.

O ex-chefe das empresas, que vive no Líbano e já foi preso no Japão por supostas violações financeiras, ficou surpreso com o mandado, segundo seu porta-voz.

Os promotores franceses investigam abuso de ativos corporativos e lavagem de dinheiro. Ghosn, que também tem nacionalidade francesa e libanesa, mora no Líbano após fugir da Justiça japonesa, de acordo com o g1.

Ele deveria ter sido julgado em Tóquio por peculato financeiro, mas mora em Beirute desde que fugiu do Japão, no final de 2019, e o país não extradita seus cidadãos.

“Isso é uma surpresa. Ghosn sempre cooperou com as autoridades da França”, afirmou o porta-voz do brasileiro ao Wall Street Journal.

A imprensa francesa divulgou, com base nas informações dadas pela promotoria, que o mandado foi emitido como parte de uma investigação conduzida em Nanterre (Hauts-de-Seine), localizada na França, por abuso de ativos corporativos e lavagem de dinheiro.

Os promotores na França emitiram mandados de prisão internacionais para Ghosn e mais quatro pessoas. Um deles para o bilionário Suhail Bahwan, dono de uma distribuidora de veículos em Omã, país do Oriente Médio.

Os promotores alegam que a empresa do bilionário teria sido usada para canalizar fundos da Renault para uso pessoal do brasileiro.

Os outros três mandados de prisão são contra os dois filhos de Bahwan e o ex-gerente geral da Suhail Bahwan Automobiles, como afirma o g1.

Os investigadores estão interessados em quase 15 milhões de euros em pagamentos considerados suspeitos entre RNBV (consórcio Renault/Nissan) e o distribuidor do fabricante de automóveis francês em Omã, Suhail Bahwan Automobiles (SBA).

Carlos Ghosn: CEO em fuga

Em 2018, o empresário, que na época era chefe da Nissan e líder de uma aliança formada entre Renault, Nissan e Mitsubishi Motors, foi detido no Japão por suspeita de má conduta financeira junto com seu principal assessor, Greg Kelly. Na ocasião, ambos negaram as acusações, como relembra o UOL.

O curioso do caso é que, em 2019, enquanto aguardava julgamento, Ghosn executou uma fuga quase que cinematográfica do Japão.

O ex-executivo se escondeu dentro de uma caixa de instrumentos musicais e foi levado em um jatinho particular primeiro para a Turquia e, depois, para o Líbano. Ghosn desembarcou em Beirute, que não tem um acordo de extradição com o Japão.

O motivo da sua fuga, segundo ele, é por não acreditar que teria um julgamento justo no Japão, onde os promotores têm uma taxa de condenação de quase 99% nos casos que vão ao tribunal.

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