França diz que negociações com Irã sobre acordo nuclear devem ser retomadas de onde pararam
O ministro das Relações Exteriores da França disse a seu homólogo iraniano na terça-feira que, quando as negociações com as potências mundiais sobre a volta a um acordo nuclear forem retomadas no final de novembro, elas devem continuar de onde pararam em junho.
Os comentários sugerem uma crescente preocupação com a retórica pública do Irã antes do reinício das conversas indiretas entre o Irã e os Estados Unidos em Viena, em 29 de novembro
Na segunda-feira, Teerã reiterou as exigências de que os Estados Unidos levantassem todas as sanções que impôs desde que o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abandonou um acordo de 2015 entre o Irã e as grandes potências, e pediu garantias de que os EUA não voltarão a desistir do pacto.
Em um telefonema com o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amirabdollahian, o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, “enfatizou a importância e a urgência de retomar as negociações interrompidas em 20 de junho pelo Irã, com base nas negociações até aquela data, com o objetivo de um rápido retorno (ao acordo)”, disse um porta-voz do ministério francês.
Nos termos do acordo, o Irã concordou em limitar seu programa nuclear em troca do fim das sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) que haviam entravado sua economia.
Desde que Trump retirou os EUA do acordo em 2018, o Irã tem respondido à imposição de sanções norte-americanas, violando os limites prescritos para o enriquecimento de urânio, que pode ser utilizado para fabricar o combustível para armas nucleares. O Irã diz que seu programa é totalmente pacífico.
O principal negociador nuclear do Irã, Ali Bagheri Kani, esteve em Paris na terça-feira como parte de uma viagem às capitais da França, Reino Unido e Alemanha, as três partes européias do pacto
Depois que Amirabdollahian falou ao ministro alemão das Relações Exteriores Heiko Maas, a mídia estatal iraniana citou o ministro iraniano na terça-feira como tendo dito que a retirada dos EUA e o fracasso dos europeus em cumprir suas obrigações haviam “aprofundado a desconfiança”