Copa do Mundo

França chega às oitavas de final da Copa do Mundo na corda bamba

01 dez 2022, 9:02 - atualizado em 01 dez 2022, 9:02
Técnico da seleção da França, Didier Deschamps, após derrota para a Tunisia na Copa do Mundo do Catar
“Sei que não os coloquei nas melhores condições com todas essas mudanças, porque eles não têm uma experiência coletiva”, reconheceu Deschamps (Imagem: REUTERS/Marko Djurica)

Embora a derrota da França para a Tunísia por 1 x 0 depois de ter entrado em campo com um time reserva não deva ter nenhuma influência no futuro dos atuais campeões mundiais, o último jogo do Grupo D na quarta-feira mostrou que eles estão andando em uma corda bamba.

Os Bleus, que enfrentam a Polônia pelas oitavas no domingo, tiveram um desempenho abaixo do esperado no estádio Cidade da Educação e só depois que Kylian Mbappé, Antoine Griezmann e Ousmane Dembélé saíram do banco é que eles representaram qualquer ameaça.

Griezmann até marcou o que ele pensou ser um gol de empate nos acréscimos, apenas para o árbitro Matthew Cogan descartar o gol por impedimento após uma revisão do VAR após o apito final, provocando uma reclamação da federação francesa.

Até então, com o técnico Didier Deschamps tendo feito nove mudanças na equipe que garantiu sua vaga antecipada na fase de mata-mata com uma vitória por 2 x 1 contra a Dinamarca, a França parecia sem pistas e ficou esmagada no meio-campo.

Matteo Guendouzi e Youssouf Fofana tiveram desempenho fraco e a performance de Jordan Veretout também foi decepcionante, levantando a preocupação de que Deschamps não tem peças de reposição se Aurelien Tchouameni ou Adrien Rabiot se lesionarem ou enfrentarem uma suspensão, mesmo que a maioria dos jogadores não estivesse em campo em sua posição habitual.

Na frente, Randal Kolo Muani teve apenas uma chance –embora em sua defesa tenha sido com a única bola boa que recebeu– enquanto Kingsley Coman, em algum momento em competição com Dembélé por uma vaga no time titular, não teve nenhum impacto.

“Sei que não os coloquei nas melhores condições com todas essas mudanças, porque eles não têm uma experiência coletiva”, reconheceu Deschamps.

O treinador também terá noites sem dormir para descobrir o que fará se Theo Hernandez, seu único lateral-esquerdo, ou Jules Koundé, já uma segunda escolha na lateral-direita, desfalcarem a equipe.

Com Lucas Hernandez cortado do torneio com uma lesão sofrida no jogo de estreia, o meio-campista Eduardo Camavinga lutou na lateral-esquerda, enquanto Benjamin Pavard, a quem poderia ter sido dada uma segunda chance na quarta-feira depois de seu fraco desempenho contra a Austrália, permaneceu no banco porque “não estava no estado de espírito correto”, de acordo com Deschamps.

Na defesa central, Raphael Varane, ao lado do meio-campista Aurelien Tchouameni, único jogador a começar os jogos da Dinamarca e da Tunísia, pareceram fora de sincronia enquanto Ibrahima Konaté, que substituiu o então lesionado jogador do Manchester United na partida de estreia, foi o único que deu a Deschamps alguma satisfação.

O zagueiro do Liverpool parecia um nível acima de todos os seus companheiros de equipe, especialmente Varane, e é uma aposta segura dizer que Deschamps pode considerar colocá-lo em campo desde o início ao lado de Dayot Upamecano.

“Outro torneio está começando agora”, disse Deschamps, numa declaração que pode ser um alívio para os observadores franceses após o desempenho de quarta-feira.

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