Foxconn vê potencial queda de receita anual diante de incertezas sobre cadeia de suprimentos
A Foxconn, fornecedora da Apple, projetou uma queda de até 3% na receita em 2022, no que pode ser o primeiro declínio anual de vendas em seis anos, dado o impacto da escassez de chips na produção de smartphones, além de demanda mais fraca.
O presidente da empresa, Liu Young-way, disse em uma teleconferência de resultados nesta quarta-feira que a Foxconn só deve ter mais clareza sobre as incertezas ligadas à cadeia de suprimentos no segundo semestre do ano.
“A pandemia não diminuiu, a inflação está alta e a política global está ficando tensa – tudo isso complica ainda mais a oferta e demanda e leva a uma grande incerteza em nossas perspectivas”, disse Liu, chamando 2022 de um “ano muito desafiador”.
A Foxconn espera que a receita do primeiro trimestre e do ano varie entre uma queda de 3% e um aumento de 3%. Analistas projetavam um crescimento de 1,2%.
A empresa estima que a receita de smartphones, que representa cerca de 60% do negócio, fique estável em 2022.
Entre outubro e dezembro de 2021, a receita da Foxconn caiu 6%, a primeira queda em cinco trimestres, embora ainda seja o segunda maior valor para um quarto trimestre.
A receita de seus principais negócios de produtos eletrônicos e de consumo inteligente recuou entre 3% e 15% no período.
Já a receita de seus produtos de nuvem e rede, bem como produtos de computação, ficou estável, enquanto a receita de componentes aumentou mais de 15%.
As ações da Foxconn fecharam em alta de 0,5% antes da divulgação dos resultados, contra um ganho de 0,1% de um índice de ações mais geral de Taiwan.
O lucro líquido da empresa caiu 3,4%, para 44,4 bilhões de dólares taiwaneses (1,55 bilhão de dólares) no quarto trimestre.
O resultado compara-se a uma projeção média de 43,32 bilhões de dólares taiwaneses, com base em estimativas de dez analistas compiladas pela Refinitiv.