China

Foxconn recebe multa de Taiwan por investimento não autorizado na China

17 dez 2022, 14:58 - atualizado em 17 dez 2022, 14:58
Foxconn
(Imagem: Reuters/Nicky Loh)

O governo de Taiwan afirmou neste sábado (17) que vai multar a Foxconn. A maior fabricante de eletrônicos do mundo será punida por um investimento não autorizado em uma fabricante de chips da China Continental. A decisão ocorre mesmo após a empresa taiwanesa vender participação acionária na empresa chinesa.

Taiwan observa com cautela o desenvolvimento da indústria de semicondutores na China e está apertando a legislação local para impedir o que alega ser uma tentativa de roubo industrial por parte de Pequim da sua tecnologia de chips.

A Foxconn, grande fornecedora da Apple e fabricante de iPhones, revelou em julho que era acionista do conglomerado chinês de chips, Tsinghua Unigroup.

Na sexta-feira, a Foxconn afirmou à bolsa de valores de Taipei que sua subsidiária na China concordou em vender toda a participação acionária no Tsinghua Unigroup.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Taiwan cobra explicações da Foxconn

Além da multa, o Ministério da Economia de Taiwan também cobrará da Foxconn uma “explicação completa” sobre o investimento.

Segundo o ministério, a comissão de investimento local tem de aprovar todos os investimentos estrangeiros. “Como o investimento não foi declarado previamente, a quantidade ainda será calculada de acordo com a fórmula e a multa será imposta de acordo com a lei”, disse sem detalhar.

A Foxconn não respondeu ao pedido por comentário.

Pessoas com conhecimento do assunto haviam dito à Reuters que a Foxconn não buscou aval do governo de Taiwan antes do investimento e que autoridades acreditam que a empresa violou uma lei sobre as relações do governo autônomo de Taiwan com a China.

Vale lembrar que a China considera Taiwan uma província rebelde, que serviu de refúgio aos nacionalistas derrotados pelos comunistas em 1949.

A Foxconn afirmou que a Xingwei, 99% controlada pela sua unidade sediada na China, concordou em vender suas fatia por pelo menos 5,38 bilhões de yuans (US$ 772 milhões) para a empresa chinesa Yantai Haixiu.

A lei taiwanesa diz que o governo pode proibir investimento na China “com base em considerações de segurança nacional e desenvolvimento da indústria”. Quem viola a lei pode ser multado repetidamente até correções serem feitas.

A Foxconn, formalmente chamada de Hon Hai Precision Industry, quer fabricar chips automotivos, no momento em que se expande para o mercado de veículos. A empresa está buscando comprar fábricas de chips ao redor do mundo, já que a escassez mundial de chips abala produtores de bens como carros e eletrônicos.