Fortesec e GPK renegociam dívidas de CRIs; inadimplência afundou 4 fundos imobiliários
A Forte Securitizadora (Fortesec) e a empresa do ramo de entretenimento e turismo Gramado Parks (GPK) chegaram a um acordo e renegociaram os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) alvos de inadimplência desde fevereiro deste ano.
A Fortesec emitiu os recebíveis e o grupo hoteleiro do Rio Grande do Sul vinha tendo dificuldades para quitar as dívidas. O acordo envolveu sete operações de CRIs, que somam R$ 1,31 bilhão.
Em assembleias realizadas na semana passada, a GPK, que está em recuperação judicial, renegociou 90,8% de seus débitos com a securitizadora.
As operações envolvidas no acordo, segundo consta em comunicado enviado ao Money Times, foram:
- Brasil Parques
- GPK
- Termas Resort
- Aquan Prime
- GVI
- GPK II
- Gramado BV
“Apenas a assembleia do CRI Termas Resort, representativo de 4,3% da dívida do grupo, não teve a proposta aprovada na íntegra. As assembleias trataram de novos cronogramas de pagamentos e carência de pagamento de principal e juros e de novas regras para funcionamentos e recomposição dos fundos de juros ou de reserva das operações”, diz o documento.
Contudo, a inadimplência dos CRIs envolveu alguns fundos imobiliários. Entre eles:
- Tordesilhas EI (TORD11)
- Hectare CE (HCTR11)
- Versalhes Recebíveis (VSLH11)
- Devant Recebíveis (DEVA11)
O grupo RTSC – holding que atua no mercado de financeiro, especialmente no segmento imobiliário e de crédito – não revelou outros detalhes sobre a renegociação da dívida, como a série do CRI, instrumento financeiro (IF) e a qual FII a operação está atrelada.
Porém, conforme comunicados do TORD11, HCTR11, VSLH11 e DEVA11, publicados no fim de março, todos tinham exposição à operação GPK. Justamente o CRI de maior saldo entre os sete, de R$ 402,9 milhões.
- Aumento da tensão na guerra preocupa mercados: Veja os melhores ativos para proteger sua carteira dos impactos geopolíticos no Giro do Mercado. Clique aqui!
Fundos imobiliários afundaram com a inadimplência
Foi a partir de fevereiro, quando a Fortesec registrou os primeiros atrasos de pagamentos nos CRIs, que esses quatro FIIs citados acima começaram uma derrocada que dura até hoje, oito meses depois.
O fundo imobiliário TORD11 afunda 70,7% no acumulado de 2023 considerando o pregão desta quinta-feira (19), seguido do tombo de 64,1% do HCTR11.
Por sua vez, o Versalhes Recebíveis derrete 62,6% de janeiro até hoje e o DEVA11 acumula perdas de 47% no período.