Opinião

Forte rali das ações do Facebook em 2019 comprova seu domínio de mercado

08 mar 2019, 10:20 - atualizado em 08 mar 2019, 10:24

Por Haris Anwar/Investing.com

As ações do Facebook (NASDAQ:FB) estão voando alto novamente. Depois de um desastroso 2018, no qual essa gigante das redes sociais perdeu mais de 40% da sua capitalização de mercado, seus papéis apresentaram o segundo melhor desempenho no grupo das cinco principais empresas de tecnologia dos EUA, conhecido como FAANG.

Embora a ação tenha caído quase 2% ontem após quatro dias consecutivos de alta, sua valorização ainda é de 29% em 2019, saltando de US$ 131,09, em 31 de dezembro, para US$ 169,13 no fechamento de quinta-feira.

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Os maiores vendedores da ação provavelmente estão coçando a cabeça e tentando entender o que está por trás desse poderoso rali. Aparentemente, nada mudou para o Facebook, que opera as maiores comunidades sociais e serviços de mensagens do mundo, incluindo Instagram e WhatsApp.

Facebook Gráfico Semanal

O CEO e fundador da companhia, Mark Zuckerberg, ainda está se esforçando para controlar os danos causados pela notícia de que sua principal plataforma, o Facebook, estava sendo manipulada para ganhos políticos, isto é, indivíduos e grupos a estavam usando para espalhar desinformação. O maior baque ocorreu depois do escândalo envolvendo a Cambridge Analytica, no ano passado, o que levantou dúvidas sobre as práticas de privacidade da companhia e expôs a fraqueza do seu modelo de negócios, que depende da monetização dos dados dos usuários.

Essas questões ganharam tanta proporção que desencadearam uma reação negativa generalizada contra o Facebook e provocaram diversas investigações sobre a companhia. Embora essas investigações por parte de agências europeias e norte-americanas ainda estejam em andamento, o humor dos investidores de repente melhorou em relação às suas ações. O Facebook já recuperou grande parte do terreno perdido, e a previsão consensual dos analistas aponta para outra disparada de 15% nos próximos 12 meses. Essa positividade, em nossa visão, baseia-se em dois fatores.

Primeiro, apesar de todos os contratempos do ano passado, a plataforma central do Facebook ainda está crescendo. Na divulgação dos seus resultados para o quarto trimestre, no dia 30 de janeiro, a companhia surpreendeu até mesmo seus críticos mais ardentes ao apresentar um leve aumento no número médio de pessoas que usam o Facebook ou seu aplicativo Messenger diariamente, tanto na América do Norte quanto na Europa, dois mercados onde a reação aos escândalos foi mais forte.

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Em todo o mundo, a média de usuários diariamente ativos foi de 1,52 bilhão em dezembro, um aumento de 9% em comparação com o ano anterior, enquanto o número de usuários mensalmente ativos foi de 2,32 bilhões, um aumento de 9% na comparação ano a ano.

Em segundo lugar, a plataforma do Facebook ainda é tão valiosa para os anunciantes quanto era antes do surgimento de todas as controvérsias e escândalos. No quarto trimestre, a receita aumentou mais de 30%, enquanto sua margem de lucro operacional foi de impressionantes 46%.

Predomínio no mercado de anúncios digitais

Esse crescimento robusto mostra que essa enorme rede social ainda mantém seu predomínio no mercado de anúncios digitais, onde as companhias não têm outra opção senão recorrer ao duopólio formado pelo Google (NASDAQ:GOOGL) e pelo Facebook, as duas empresas que ainda coletam a maior quantidade de dados dos usuários e têm a capacidade de direcionar seus anúncios para o público certo.

Seria ingênuo desconsiderar os riscos de possíveis regulações que as empresas de mídias sociais enfrentarão nos próximos meses e trimestres, mas também é importante reconhecer que o Facebook não perdeu seu poder e ainda tem muitas opções para crescer.

Enquanto os políticos e órgãos reguladores se esforçam para descobrir como e quando regulamentar as redes sociais, o Facebook está investindo pesado para melhorar suas práticas de privacidade e introduzir novos recursos que poderiam compensar a receita perdida do seu negócio principal e está construindo um novo acompanhamento através dos seus diários de vídeo e fotos, uma nova seção que exibe web vídeos em estilo TV, bem como seu hardware para domicílios.

Em uma publicação de blog, no dia 6 de março, Zuckerberg compartilhou sua ideia de construir uma plataforma de mensagens e rede sociais focada em privacidade. Em suas palavras:

“Quando penso no futuro da internet, acredito que uma plataforma de comunicação focada em privacidade se tornará ainda mais importante do que as plataformas abertas de hoje.”

Indo nessa direção, o Facebook planeja oferecer mensagens criptografadas em todos os seus principais produtos e permitir que as pessoas tornem efêmeras suas conversas privadas, de acordo com sua publicação. Em torno dessas comunidades privadas, ele planeja desenvolver produtos de valor agregado, como pagamentos eletrônicos e e-commerce.

Resumo

O trabalho de tornar o Facebook aceitável a órgãos reguladores, políticos e seus usuários ainda está em andamento. Em meio a essa transição, também está ficando cada vez mais claro que os anunciantes não dispõem de um método tão poderoso para alcançar seus públicos como o Facebook. Isso significa que o pior cenário precificado pelo mercado para o Facebook no ano passado estava errado, e o recente rali das suas ações está refletindo essa realidade.

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