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Fornecedores se preparam para suspensão prolongada do Boeing 737 MAX

22 nov 2019, 14:55 - atualizado em 22 nov 2019, 14:55
Montagem de um 737 Max na fábrica da Boeing em Renton, Washington (EUA)
A Boeing reduziu a produção do avião em abril, passando de 52 para 42 unidades por mês (Imagem: REUTERS/Lindsey Wasson)

Fabricantes de peças de aeronaves estão fazendo planos de contingência para a suspensão prolongada do Boeing (BA) 737 MAX, com vários deles esperando que o retorno do jato ao serviço leve mais tempo do que a fabricante de aviões espera.

A data de início das entregas do MAX, que teve voos suspensos em todo o mundo em março após duas quedas em cinco meses que mataram centenas de pessoas, e o ritmo de produção, que afeta os preços das peças das aeronaves, foram os principais tópicos de discussão entre os fornecedores no Dubai Airshow nesta semana.

A Boeing disse que espera retomar as entregas do jato no próximo mês após a aprovação de uma correção de software pela Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA), com os requisitos de treinamento de pilotos provavelmente recebendo aprovação em janeiro. A FAA disse que não tem um cronograma específico.

“A cada três meses (a Boeing) está empurrando isso para o futuro, por quase um ano”, disse um executivo de uma fabricante de peças para interiores de cabines.

A Boeing não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

As companhias aéreas norte-americanas, incluindo Southwest Airlines, American Airlines e United Airlines, estenderam os cancelamentos de voos do Boeing 737 MAX até o início de março.

“Algumas companhias aéreas estão nos dizendo que o avião não voltará antes do meio do próximo ano”, disse o executivo, acrescentando que ele havia realocado parte da capacidade de produção para peças da Airbus.

A Boeing reduziu a produção do avião em abril, passando de 52 para 42 unidades por mês. Antes da suspensão, era esperado que o ritmo subisse para 57 por mês este ano, uma meta que a Boeing disse que ainda pretende atingir até o final de 2020.

Embora a Boeing tenha cortado a produção em suas próprias fábricas, ela manteve parte de sua cadeia de fornecimento global funcionando na taxa anterior, para poder acelerar a produção rapidamente depois que o MAX retornar ao serviço.

Mas um dos fornecedores disse que havia interrompido a produção e estava substituindo as vendas perdidas, concentrando-se em peças de modelos mais antigos, com base na possibilidade de que a suspensão possa durar além de março.

“Se você olhar para o que aconteceu nos últimos nove meses, não acho que a Boeing ganhou pontos em termos de confiança”, disse ele. “A comunicação deles provavelmente não é a melhor.”