Fórmula da Marcopolo para gerar lucro ainda não é ideal, mas espere: recuperação está por vir
Os resultados do segundo trimestre da Marcopolo vieram modestos, na opinião dos analistas do BTG Pactual (BPAC11), tendo os números sido poluídos por itens pontuais.
O lucro líquido, que registrou crescimento expressivo em comparação ao período de abril a junho de 2020, com o montante atingindo R$ 200,9 milhões, foi beneficiado por créditos da exclusão do ICMS da base de PIS e COFINS.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) reportado foi de R$ 140,5 milhões, ante R$ 41 milhões no ano passado), implicando em uma margem de 17%. No entanto, excluindo os efeitos não recorrentes, os analistas acreditam que o indicador tenha ficado próximo a zero, abaixo da estimativa de R$ 22 milhões.
A receita de R$ 823,7 milhões, por outro lado, veio em linha com as projeções.
Para o BTG, a dinâmica de lucros da companhia no curto prazo permanece fraca. Isso explica a recomendação neutra do banco para o nome, com preço-alvo de R$ 3.
O Itaú BBA manteve a recomendação de market perform (desempenho esperado em linha com a média do mercado) e o preço-alvo de R$ 3,20 para a ação. A Ágora Investimentos está mais cautelosa, com rating de venda e preço alvo de R$ 3.
Apesar da pressão, a Marcopolo projeta uma recuperação a caminho. A empresa deve apresentar melhorar em suas linhas no segundo semestre de 2021, visão que também é defendida pelos analistas do Credit Suisse.
Na opinião do banco, a Marcopolo poderá se beneficiar de uma aceleração da demanda no quarto trimestre, apoiada pelo avanço da campanha de vacinação contra a Covid-19. Com mais pessoas vacinadas no país, a demanda no turismo deve se recuperar. A população também deve retornar aos escritórios e às aulas presenciais.
O Credit Suisse destacou ainda o impulso do programa Caminho da Escola, que chegou a ajudar os resultados da Marcopolo no segundo trimestre. A previsão é de geração de 3,9 mil unidades para a companhia, com inicio de produção previsto para o fim do terceiro trimestre e entregas no quarto trimestre.
As ações da Marcopolo registraram queda expressiva nesta terça-feira. O papel da empresa fechou o pregão com perdas de 6%, cotado a R$ 2,95.