Fórmula 1 dispara 41% na Nasdaq em 2021, mas roda nos negócios desde 2019
Depois de um ano de ausência, devido à pandemia de coronavírus, a Fórmula 1 retorna ao Brasil neste domingo (14). A julgar pela lotação de 100% das arquibancadas de Interlagos e pelos altos índices de audiência da Bandeirantes, responsável pela transmissão desta temporada, o automobilismo voltou a acelerar o coração dos brasileiros.
Mas não são apenas os fãs que fizeram as pazes com a Fórmula 1 – o mercado financeiro também. É o que mostra a arrancada das ações da Formula One Group, a dona do campeonato e responsável por sua organização. Listados na Nasdaq com o código FWONA, os papéis acumulam uma alta de 41% neste ano.
A disparada reflete a gradual volta à normalidade do campeonato, após os carros ficarem praticamente 2020 inteiro fora das pistas, devido ao pico da pandemia de Covid-19.
Para se ter uma ideia do impacto do coronavírus sobre os papéis da Formula One Group, basta observar sua trajetória no ano passado. Após acumular uma alta de 47% em 2019, a ação abriu 2020 cotada em US$ 44,02. Na largada do ano, acelerou até os US$ 46,08 em apenas 22 dias e cravou sua melhor marca no ano.
A partir daí, as primeiras notícias de casos de coronavírus na China e, posteriormente, a confirmação de que o mundo vivia uma pandemia derreteram o papel. Em 18 de março, a ação valia apenas US$ 18,08 – um tombo de 61% sobre o pico de janeiro. A partir daí, a ação se recuperou gradualmente, até encerrar o ano em US$ 37,99.
Torcida cativa
No que se refere aos investidores, parece haver muito mais torcida do que fatos em sua aposta na Formula One Group. Isto porque, a empresa é uma campeã em prejuízos no mundo dos negócios – e não apenas devido à pandemia.
A companhia fechou 2019, último ano “normal” no mundo, com prejuízo operacional de US$ 35 milhões, apesar da receita de US$ 2 bilhões. Em 2020, as perdas chegaram a US$ 444 milhões, com receita de US$ 1,1 bilhão. Neste ano, a Formula One Group acumula prejuízo de US$ 8 milhões até o terceiro trimestre, com receita de US$ 1,3 bilhão.
É verdade que, quando se considera apenas o intervalo de julho a setembro, a empresa reportou US$ 68 milhões em lucro operacional. Foi o primeiro resultado trimestral positivo, após sete trimestres consecutivos no vermelho. Será que, depois de tanto tempo andando na lanterninha, a Formula One Group vai reagir também fora das pistas?
Veja o relatório de resultados da Liberty Media Corporation, controladora da Formula One Group.