Internacional

Forças russas tomam cidade de trabalhadores de Chernobyl; Biden chama Putin de “carniceiro”

26 mar 2022, 12:57 - atualizado em 26 mar 2022, 12:57
Joe Biden Casa Branca reuters
O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou não ter certeza que a Rússia estaria mudando sua estratégia na Ucrânia para focar em esforços de “libertar” a região separatista de Donbass (Imagem: Reuters/Evelyn Hockstein)

Forças russas tomaram uma cidade onde moram trabalhadores da desativada usina nuclear de Chernobyl, afirmou o governador da região de Kiev neste sábado, quando houve relatos de conflitos nas ruas da cidade sitiada de Mariupol.

Após mais de quatro semanas de conflito, a Rússia ainda não conseguiu tomar nenhuma grande cidade ucraniana e na sexta-feira sinalizou que estava recuando em suas ambições militares para focar em território reivindicado por separatistas apoiados por russos no leste.

No entanto, intensos combates foram relatados em vários lugares neste sábado, sugerindo que não haveria um rápido alívio ao conflito que matou milhares de pessoas, levou quase 3,8 milhões a fugirem do país e mais de metade das crianças ucranianas a deixarem suas casas, segundo as Nações Unidas.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em visita à aliada da Otan Polônia, chamou o presidente russo, Vladimir Putin, de “carniceiro”. Biden afirmou não ter certeza que a Rússia estaria mudando sua estratégia na Ucrânia para focar em esforços de “libertar” a região separatista de Donbass.

Tropas russas tomaram a cidade de Slavutych, que é próxima da fronteira com Belarus e onde moram trabalhadores da usina nuclear de Chernobyl, disse Oleksandr Pavlyuk, governador da região de Kiev.

Ele disse que russos abriram fogo no ar e atiraram granadas de efeito moral para dispersar alguns moradores que abriram uma grande bandeira da Ucrânia e gritaram “Glória à Ucrânia” em protesto. A Reuters não conseguiu verificar esses relatos de maneira independente.

Slavutych fica no limite da chamada zona de exclusão em torno de Chernobyl – que em 1986 foi o local do pior desastre nuclear do mundo – onde funcionários ucranianos continuam trabalhando, mesmo que a usina em si tenha sido tomada por forças russas pouco depois do início da invasão em 24 de fevereiro.

Em Mariupol, o prefeito Vadym Boichenko disse que a situação na cidade sitiada permanecia crítica, com conflitos nas ruas acontecendo na região central.

A cidade foi devastada por semanas de ataques russos.

Em um discurso no sábado ao Fórum de Doha, no Catar, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, comparou a destruição de Mariupol à da cidade síria de Aleppo por forças sírias e russas na guerra civil da Síria.

“Eles estão destruindo nossos portos”, disse Zelenskiy, alertando para as terríveis consequências se seu país – um dos maiores produtores de grãos do mundo – não puder exportar alimentos. “A ausência de exportações da Ucrânia seria um golpe aos países do mundo inteiro”.

Falando por meio de uma ligação em vídeo, ele pediu que os países produtores de energia aumentem a produção para que a Rússia não possa usar suas enorme riqueza de petróleo e gás para “chantagear” outras nações.

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