Ásia

Forças de segurança de Mianmar usam lança-granadas e matam mais de 80 manifestantes

10 abr 2021, 14:22 - atualizado em 10 abr 2021, 14:22
Protestos contra golpe militar na cidade Mandalay, em Mianmar
“Genocídio”: organizadores dos protestos acusam militares de atirarem “contra qualquer sombra”  (Imagem: REUTERS/ Stringer)

Forças de segurança de Mianmar usaram lança-granadas contra manifestantes em uma cidade próxima a Yangon na sexta-feira (9), matando mais de 80 pessoas, afirmou o grupo de monitoramento Associação de Assistência para Prisioneiros Políticos e veículos locais de notícias.

A associação e o veículo Myanmar Now afirmaram neste sábado (10) que 82 pessoas foram mortas durante protestos contra o golpe militar de 1º de fevereiro no país. O ataque começou antes do amanhecer na sexta-feira e continuaram ao longo da tarde, disse o Myanmar Now.

“É como um genocídio”, teria dito um organizador do protesto chamado Ye Htut, segundo o Myanmar News. “Eles estão atirando contra qualquer sombra.”

Um porta-voz da junta limitar não pôde ser contatado neste sábado.

A associação, que mantém uma contagem diária de manifestantes mortos e presos pelas forças de segurança, havia dito anteriormente que 618 pessoas tinham sido assassinadas desde o golpe.

Esse número é contestado pelos militares, que afirmam que realizaram o golpe porque a eleição de novembro vencida pelo partido de Aung San Suu Kyi foi fraudada. A comissão eleitoral rechaça essa afirmação.

O porta-voz da junta, o major-general Zaw Min Tua, disse em entrevista coletiva na sexta-feira na capital Naypyitaw que o Exército havia registrado 248 mortes de civis e 16 de policiais, e que nenhuma arma automática havia sido usada pelas forças de segurança.