Foram rápidos dessa vez: Desbloqueio do Canal de Suez atenua disparada de petróleo
Os contratos futuros de petróleo chegaram a disparar mais de 4% na primeira metade do pregão, após um navio cargueiro de milho ter bloqueado parcialmente o Canal de Suez, no Egito.
Com o rápido desbloqueio da rota, houve uma desaceleração dos ganhos, consolidada na hora final do pregão.
Por volta das 18h, o WTI (referência americana) e o Brent (referência internacional) operam em alta de 1,52% e 1,56%. Com isso, o Brent, que é a referência utilizada pela Petrobras, escora os US$ 80 por barril.
O incidente desta segunda-feira relembrou a saga de desatraque de um navio de 400 metros de comprimento e 59 metros de largura da Evergreen, ocorrida no mesmo local em março de 2021.
Naquela oportunidade, as equipes técnicas demoraram 6 dias para destravar o fluxo, gerando perdas bilionárias para o comércio mundial. Dessa vez, as autoridades responsáveis foram mais rápidas. O navio transportador foi desencalhado em menos de 5h e conduzido a um parque marítimo para passar por reparos técnicos.
Os fluxos totais de petróleo através do Canal de Suez e do oleoduto SUMED (construído no próprio Golfo de Suez) representaram cerca de 9% do petróleo mundial total comercializado por mar e 8% do gás natural liquefeito.
Perspectiva de reabertura na China
Para além da questão logística do Canal de Suez, com potenciais repercussões à oferta de petróleo, a alta do petróleo responde às expectativas de investidores de que a China retome a capacidade de consumo vista antes da pandemia.
Isso, porque Pequim anunciou a suspensão de praticamente todas medidas restritivas que caracterizavam a política ‘Covid Zero’. A última delas envolvendo a liberação das fronteiras para viagens internacionais.
Nesse contexto, o governo central da China anunciou mais um pacote de ajuda financeira para famílias e companhias, o que tem sido bem recebido pelos mercados.
Também ajuda o bom humor do dia o dado mais comportado do payroll da última sexta-feira (6) nos EUA — mostrando um aumento de apenas 0,3% do salário médio por hora em dezembro — ensejando um caminho menos agressivo no combate à inflação pelo Fed daqui em diante.