Commodities

Fora pontualidades, como nesta 2ª, soja tem pouca sustentação para altas fortes

07 dez 2020, 13:57 - atualizado em 07 dez 2020, 13:59
Soja importada pela China
Importações de soja americana pela China esfriam enquanto os estoques são administrados (Imagem: REUTERS/Stringer)

Não há variáveis que façam as cotações da soja testarem altas firmes, com exceções de escapadas pontuais, como nesta segunda (7) em que a tabela virou para o positivo após baixas na manhã.

Os US$ 12 por bushel podem retornar ao horizonte de abril em diante e entrarem nas telas de Chicago em janeiro ou fevereiro.

Até lá, como lembra Marcos Araújo, analista da Agrinvest, o mercado ficará acomodado pelas condições do clima brasileiro e pela cautela das compras chinesas em território americano.

“As chuvas vão se normalizando no Brasil e a China tem bastante soja até abril”, explica.

Há o risco de uma safra prejudicada pelas chuvas tardias, mas janeiro já começam as primeiras colheitas, que, mesmo menores possivelmente, já servem para colocar mais grão brasileiro contra os estoques dos Estados Unidos sendo consumidos.

A partir de abril e maio, mais fortemente, quando a escassez do grão americano for mais latente e a colheita no Brasil já ficou para trás, a demanda chinesa deverá dar sustentação à renovação das altas, acredita Araújo.

Análise que foi compartilhada por Marlos Correa, da InSoy, em Money Times há alguns dias, que, inclusive, arriscou o bushel nos contratos mais curtos em até US$ 11,60.

Nesta segunda, com o relatório do USDA de oferta e demanda esperado para a semana, as quedas chegaram a 10 pontos e agora se recuperaram após a divulgação semanal de embarques americanos melhores e mais a dólar em queda no Brasil, segundo observa Vlamir Brandalizze.

Às 13h55 (Brasília), o janeiro e o março variam de 3 a 5 pontos positivos, entre US$ 11,66 e US$ 11,69.

O que pode mudar o quadro mais rápido, segundo Adriano Gomes, da AgRural, é que muitas lavouras tardias vão precisar de boas chuvas entre este mês e janeiro, “em regiões cujo potencial, normalmente, já estaria garantido neste período”.

O Brasil pode ter vendido antecipado entre 56% (segundo a Safras & Mercado) e 60% da soja nova, e a permanecer os preços atuais, devem sofrer desaceleração, para uma safra de 132,2 milhões de toneladas, em dados que a AgRural divulgou hoje.