Fora da meta: Fazenda reduz projeção da inflação de 2023, mas IPCA segue acima do teto
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda melhorou nesta quarta-feira a projeção oficial para o desempenho da atividade econômica neste ano e passou a enxergar dados melhores de inflação.
O governo agora prevê um crescimento de 2,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, contra previsão de 1,9% feita em maio. Para 2024, a secretaria apresentou estimativa de alta de 2,3%, a mesma prevista em maio.
“A revisão no crescimento foi motivada, sobretudo, pelo resultado do PIB no primeiro trimestre, melhor do que o esperado para o setor agropecuário e para alguns subsetores de serviços e indústria, e ainda pela expectativa de menores juros até o final do ano”, disse a secretaria em seu Relatório Macrofiscal.
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De acordo com a pasta, as projeções de crescimento neste ano melhoraram em todos os setores. Para 2024, no entanto, o ministério vê cenário “de leve desaceleração” diante de uma baixa contribuição esperada para o setor externo e uma menor expansão do agronegócio.
As previsões do governo para a atividade estão melhores do que as expectativas do mercado, que apontam para crescimento de 2,24% em 2023 e 1,30% em 2024, segundo o mais recente boletim Focus do Banco Central.
Inflação
Para a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a equipe econômica baixou sua estimativa para 4,85% em 2023, contra 5,58% da projeção anterior. Para 2024, o patamar foi estimado em 3,30% — estava em 3,63% antes.
A estimativa melhor, que vem em meio a pressões do governo para que o Banco Central reduza a taxa de juros, segue abaixo da projeção mediana do mercado, que aponta para uma inflação de 4,95% neste ano e 3,92% em 2024, segundo o Focus mais recente. A meta é de 3,25% para este ano e 3% para 2024, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual nos dois casos.
Segundo a SPE, a melhora nos dados de inflação em 2023 reflete surpresas positivas em dados recentes, reajuste menor que o esperado em planos de saúde, redução nos preços de combustíveis e revisões nas tarifas de energia elétrica e ônibus urbano.
Para 2024, o órgão afirmou que a redução da projeção reflete a mudança no cenário de câmbio e de preço de commodities, além dos menores reajustes previstos para preços monitorados.