Política

Fonte de financiamento da CNI é equivocada, diz Guedes durante evento na entidade

07 dez 2021, 14:20 - atualizado em 07 dez 2021, 14:20
Paulo Guedes
No encontro, Guedes disse ainda que o processo de elevação na taxa de juros pelo Banco Central (BC) desacelera a atividade (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Diante de uma plateia de empresários em evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira que a entidade representativa da indústria é financiada por uma fonte “equivocada”.

“A CNI faz um belíssimo trabalho, mas a forma de financiamento está equivocada, não pode ser imposto sobre folha de pagamento, que é uma arma de destruição em massa de empregos. Se não falarmos a verdade, não teremos sucesso”, disse.

O encontro contou com a participação do presidente da CNI, Robson Andrade, representantes de federações de indústrias e outros empresários, além do presidente Jair Bolsonaro.

A CNI, que controla o Sesi e o Senai, recebe recursos repassados das empresas do setor a partir de contribuições sobre a folha de pagamento dos trabalhadores.

“A verdade é que esse financiamento é equivocado, destrói empregos, o trabalhador, para ganhar mil reais, custa dois mil para a empresa, essa cunha fiscal é inaceitável. Temos que tributar de outra forma e assegurar o financiamento porque o trabalho é brilhante, excepcional”, completou o ministro.

No encontro, Guedes disse ainda que o processo de elevação na taxa de juros pelo Banco Central (BC) desacelera a atividade, mas não deve gerar uma recessão porque o Brasil convive hoje com taxa elevadas de investimento privado.

O ministro afirmou que não consegue ver o Brasil sem crescimento no futuro, mas ponderou que “evidentemente há dificuldades pela frente”.

“A inflação está subindo, é um problema no mundo inteiro, Banco Central está subido juros, isso desacelera o crescimento, mas não gera recessão se a taxa de investimento está no pico desde 2014″, disse.

No evento, Guedes voltou a criticar quem “previu o nosso fracasso” e ressaltou que afirmações sobre populismo fiscal do governo são “conversa fiada e falsas narrativas”. Ele também disse que críticos ao governo estão errando sucessivamente.

“Contra o ceticismo do mundo, o Brasil já vacinou 95% da população adulta, 70% com vacinação completa”, disse.

Ao defender a agenda de reformas o ministro ressaltou que reformas prioritárias para o governo, como a tributária e administrativa, já estão no Congresso. “Está lá, é só aprovar, a nossa parte está lá”, afirmou.

Para ele, a não aprovação da reforma do Imposto de Renda pelo Legislativo “foi sinal de pouca inteligência” porque um eventual novo governo poderá apresentar proposta com alíquotas mais altas para o imposto.