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Fomc: Fed corta juros dos EUA em 0,25 p.p. – conforme esperado

07 nov 2024, 16:01 - atualizado em 07 nov 2024, 16:55
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Fomc dá continuidade ao ciclo de afrouxamento monetário nos EUA (Imagem: REUTERS/Joshua Roberts)

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) cortou os juros de referência dos Estados Unidos (EUA) em 0,25 ponto percentual nesta quinta-feira (7). A taxa, que estava no intervalo de 4,75% a 5%, foi reduzida para 4,50% a 4,75% ao ano.

“Indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido. Desde o início do ano, as condições do mercado de trabalho têm melhorado e a taxa de desemprego tem subido, mas continua baixa. A inflação progrediu em direção à meta de 2%, mas continua elevada”, diz o comunicado.

O corte já era esperado pelo mercado. Antes da divulgação, 97,5% das apostas indicavam justamente um movimento menos hawkish do banco central norte-americano, segundo o CME FedWatch Tool.

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, inclusive, já havia dito que a redução de 0,50 p.p. na reunião passada não instalava um “novo ritmo” para o afrouxamento monetário.

A decisão do Comitê do Fed de diminuir os juros para 4,50% a 4,75% foi unânime. Votaram a favor da redução: Jerome Powell; John Williams; Thomas Barkin; Michael Barr; Raphael Bostic; Michelle Bowman; Lisa Cook; Mary Daly; Beth Hammack; Philip Jefferson; Adriana Kugler; e Christopher Waller.

Ao avaliar o futuro da política monetária, o Fomc diz que monitorará as implicações das informações recebidas para a perspectiva econômica. “O Comitê estaria preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado se surgirem riscos que possam impedir a obtenção das metas do Comitê”.

Como fica o Fed com a vitória de Trump nos EUA?

A vitória de Donald Trump na disputa pela presidência dos EUA deixa o banco central norte-americano em posição de cautela com o risco inflacionário, dizem economistas.

A eleição do candidato republicado pode dificultar o trabalho do Fed em cumprir as metas de inflação. Isso porque o governo é mais expansionista — e, consequentemente, inflacionário —, com promessas de políticas fiscais e comerciais.

As propostas de aumentar as tarifas sobre os principais parceiros comerciais dos EUA e de cortar impostos preocupam os economistas, uma vez que podem levar a uma inflação mais alta e a um dólar mais forte.

“Possivelmente um dólar mais forte, uma inflação mais alta devido à proposta de tarifas, e grandes cortes de impostos, o que pressionaria o Fed a manter as taxas mais altas por mais tempo, afetando as taxas locais”, dizem Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, e sua equipe.

Além disso, as políticas de Trump, se aprovadas, podem gerar maior déficit e menor crescimento no país.