Foi dada a largada para o rali da bolsa? Ibovespa flerta com os 120 mil pontos e votação da reforma tributária pode influenciar; confira o que mexe com seu bolso hoje
Sim, o título é uma pergunta. E não, ainda não é possível afirmar que o aguardado rali de fim de ano da bolsa já começou. Mas talvez a resposta seja conhecida em breve.
Muitos investidores já estavam jogando a toalha em relação a uma possível alta do Ibovespa nesta reta final de 2023. Principalmente depois de o presidente Lula ter flexibilizado verbalmente a meta fiscal para o ano que vem.
Mas, convenhamos, ninguém sério no mercado acredita na zeragem do déficit fiscal já em 2024. Pode acontecer? Até pode. No entanto, são tantas as condicionantes que o adiamento da meta já foi embutido nos preços.
Voltemos então ao rali de fim de ano. Desde 1999, segundo levantamento da Empiricus, ele ocorre na seguinte frequência: dois anos sim, um ano não.
A impressão de que 2023 seria um “ano não” já estava quase assimilada quando o Ibovespa fechou outubro como o pior entre todos os investimentos possíveis no mês passado.
Acontece que pouca gente percebeu, mas a bolsa subiu no último pregão de outubro. Nada de mais: 0,54%. Desde então, porém, o principal índice da B3 não caiu mais. E não é só. A alta acumulada da bolsa brasileira desde 31 de outubro é de 6%.
Enquanto uns discutem se foi um feitiço de Dia das Bruxas ou mais uma traquinagem do Saci Pererê, o Ibovespa começa a sessão desta quarta-feira com um flerte claro com a marca de 120 mil pontos.
Ontem, a alta contou com a contribuição do Copom, que confirmou cortes de meio ponto porcentual na taxa Selic pelo menos nas duas próximas reuniões de política monetária. Se nada atrapalhar, a taxa básica de juros vai entrar em fevereiro de 2024 na marca de 11,25% ao ano.
Hoje, a busca pelos 120 mil pontos terá a influência de muitos fatores locais: além da repercussão da temporada de balanços e de indicadores econômicos locais, a reforma tributária será votada hoje pelo Senado.
Se aprovada, ela terá que voltar para a Câmara, pois sofreu alterações. De qualquer modo, depois de quatro décadas de espera, uma reforma tributária no Brasil parece algo digno de comemoração.
Mas o que pode pegar mesmo é um evento público com a presença do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
Os investidores esperam que ele confirme que o Fed não voltará a subir a taxa de juros nos Estados Unidos — e que ela vai começar a cair antes do fim do primeiro semestre de 2024.
O início do discurso de Powell está marcado para as 11h15. Até lá, o mais provável é que a cautela observada nos mercados internacionais siga no comando.
Acontece que Powell talvez não diga nada — pelo menos em relação aos rumos da política monetária. Isso porque ele vai falar em um evento em comemoração ao centenário da Divisão de Pesquisa e Estatísticas em Washington.
No lugar de Powell, eu teceria elogios aos servidores da divisão e daria no pé. Mas não deve ser só por isso que não estou no lugar dele.
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REPORTAGEM ESPECIAL
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FIIS DO MÊS
Analistas de 12 corretoras indicam os melhores fundos imobiliários (FIIs) para investir em novembro. Em um “esquenta” da temporada de festas, o bom humor se estende à maior parte do universo de FIIs, com três setores liderando as indicações do mercado.
BALANÇO
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PRÉVIA 3T23
Prejuízo da Casas Bahia (BHIA3) deve triplicar no terceiro trimestre em meio à reestruturação financeira; veja o que esperar do balanço. A varejista divulga seu balanço hoje (8), após o fechamento dos mercados, mas a Genial Investimentos prevê efeito devastador no prejuízo.
COWORKING EM RISCO
Como ficam os escritórios do WeWork no Brasil com o pedido de recuperação da empresa nos EUA? Segundo a divisão da companhia responsável pela operação na América Latina, o processo se restringe aos Estados Unidos e ao Canadá.
VAREJO
Americanas (AMER3) suspende venda do Hortifruti Natural da Terra; veja por que a varejista mudou de ideia mesmo com potencial interessado. Decisão vem à tona apenas alguns dias depois de a Americanas ter entrado em período de exclusividade para negociar com um potencial interessado.
EM QUEDA
O Petróleo cai 4% pressionado pela China e arrasta petroleiras na B3 — Vale (VALE3) também não escapa. Os dados de exportações em outubro aquém do esperado aumentaram a cautela sobre a recuperação da segunda maior economia do mundo.
BATALHA JUDICIAL
Gestora do DEVA11, fundo imobiliário vítima de calotes da Gramado Parks, abre sete processos contra emissor de títulos e questiona “waiver”. A Devant Asset abriu sete processos para “possibilitar o acesso aos documentos que evidenciam e justificam movimentações financeiras” envolvendo CRIs inadimplentes.
MERCADO RESTRITO NO BRASIL
Taurus (TASA4) vê lucro cair 75% no terceiro trimestre após mudanças na lei de armas no primeiro ano do governo Lula. Além do lucro, a receita e o ebitda da Taurus também caíram no terceiro trimestre e a empresa sentiu também impacto na inflação nos EUA.
DESTAQUES DA BOLSA
O que Campos Neto tem a ver com a disparada de mais de 20% das ações do Magazine Luiza (MGLU3) na B3. A expectativa de que o ciclo de cortes de 0,50 ponto percentual na Selic deve continuar nas próximas reuniões do Copom e impulsiona o setor varejista.
PROCURE SEUS DIREITOS
Teve prejuízo por causa da demora da Enel em religar a energia? Veja como buscar indenização. Você pode pedir indenização à Enel por avarias a aparelhos elétricos e também por alimentos perdidos por causa da falta de luz, mas precisa comprovar.
NEM OLHOU PRA TRÁS
As armas de Putin: Rússia abandona de vez tratado de segurança histórico e provoca reação da Otan. Moscou suspendeu a participação no acordo de armas convencionais em 2007 e interrompeu a participação ativa em 2015.
Uma boa quarta-feira para você!