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Foguete não tem ré? Americanas (AMER3) sobe pelo terceiro dia seguido; na semana salto supera 220%

19 nov 2024, 13:55 - atualizado em 19 nov 2024, 13:55
americanas
Ações da Americanas performam em alta pelo terceiro dia consecutivo, em relação ao balanço do 3T24 (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

As ações da Americanas (AMER3) dispararam após os resultados do terceiro trimestre de 2024 (3T24) e, ao menos até as primeiras horas de negociação desta terça-feira (19), vem na linha de que foguete não tem ré.

Na máxima desta terça, o papel chegou a saltar 21,53%, a R$ 11,57. No entanto, o movimento arrefeceu para um avanço de 6,51%, a R$ 10,14, por volta de 12h50.



Mesmo em meio ao barulho da disparada das ações e ao balanço, entre bancos e corretoras, há silêncio, desde que a varejista saiu da cobertura de diversos analistas após vir à tona a fraude contábil que levou ao processo de recuperação judicial.

O balanço do 3T24 da companhia mostrou um lucro líquido de R$ 10,3 bilhões. O montante representa uma reversão do prejuízo de R$ 1,63 bilhão no mesmo período de 2023, número esse reapresentado pela companhia no balanço.

Vale destacar que o resultado reportado pela varejista teve efeitos decorrentes da execução do Plano de Recuperação Judicial e da quitação das dívidas concursais — ou seja, aquelas de antes da recuperação judicial.

Ao Money Times, Felipe Sant’ Anna, especialista em mercado da mesa proprietária Star Desk, aponta que a euforia dos últimos dias se dá pela perspectiva de que a companhia estaria fazendo uma guinada positiva na operação, com foco em reduzir o endividamento e manter o lucro trimestral.

“O short squeeze também ajuda, pois muitos investidores têm posições vendidas, apostando na continuidade da queda, e precisam ‘soltar’ a posição na medida em que o preço sobe”, pondera.

Após a divulgação do balanço, Caroline Sanchez, analista de varejo da Levante, chamou atenção para o efeito da renegociação de dívida que a companhia conseguiu.

“Apesar dessa euforia com o resultado da Americanas, tem uma questão que é a novação de dívidas, que nada mais é do que uma rolagem, quando renegocia e alonga o pagamento. Sem considerar esses efeitos, na verdade, o resultado não seria tão expressivo assim”.

A analista não demonstra grande otimismo com a varejista, destacando que o atual cenário é desafiador para o varejo e que não é só esse sinal — de lucro no balanço — que indica recuperação da companhia.

“Acreditamos que o processo de reestruturação é muito mais do que isso. Talvez ela realmente esteja mostrando uma certa recuperação — muito por essa renegociação de dívidas –, mas vale comentar que o cenário continua extremamente difícil e desafiador para o e-commerce”.

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