Focus: Mercado volta a reduzir projeção do IPCA em 2019; previsão do dólar sobe
O Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira (23) mais uma edição do relatório Focus com projeções de analistas de mercado sobre as principais variáveis macroeconômicas. O principal destaque da edição a volta a ser de redução da expectativa o IPCA para o fechamento do ano, de 3,45% para 3,44%. A projeção fica abaixo do centro da meta de inflação de 4,25% e dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Há quatro semanas a aposta era de 3,65%. Para 2020, a estimativa dos analistas é que o índice oficial de inflação encerre o período em 3,80%, mantendo o que havia sido estimado na semana passada, ficando ligeiramente abaixo do centro da meta de 4% estabelecido para o ano que vem.
A queda da previsão da inflação não deve ser influenciada pela taxa de câmbio, segundo os analistas. De acordo com o Focus, o dólar deve fechar o ano a R$ 3,95, o que representa uma alta em relação à projeção da semana passada, que era de R$ 3,90. Para o encerramento de 2020, a aposta ficou inalterada em R$ 3,90.
O principal determinante para o contínuo descenso das projeções inflacionárias é a manutenção de um ambiente de crescimento econômico fraco. As estimativas para o PIB em 2019 ficaram inalteradas em 0,87%, sendo que quatro semanas atrás era de 0,80%, uma ligeira melhora em relação aos números anteriores, principalmente após a divulgação do PIB do segundo trimestre. Para 2020, houve manutenção nas projeções em 2,00%
A combinação da expectativa do PIB e do IPCA para 2019 e 2020 destacam a dificuldade de retomada a nível mais elevado do crescimento da economia brasileira e, por isso, houve a manutenção de aposta da Selic fechando o ano em 5%, ainda não incorporando o aumento de projeções de Selic abaixo de 5% de instituições financeiras influenciadas pela decisão do Copom de corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic e do comunicado após a decisão na semana passada. Para 2020, o mercado continua apostando a Selic no mesmo patamar do fim deste ano.
Confira abaixo íntegra do relatório Focus