Internacional

FMI eleva perspectiva de crescimento para mercados emergentes, mas vê trajetórias divergentes de recuperação

06 abr 2021, 9:53 - atualizado em 06 abr 2021, 9:53
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O FMI calcula que os mercados emergentes excluindo a China devem sofrer uma perda de 20% da renda per capita ao longo de 2020–2022 em comparação com projeções pré-pandemia (Imagem: Reuters/Yuri Gripas)

Economias em desenvolvimento vão crescer mais rapidamente do que o previsto anteriormente, prevê o Fundo Monetário Internacional (FMI), mas muitas fora da Ásia vão ficar para trás na recuperação em relação a seus pares desenvolvidos, tendência que pode prejudicar esforços de reduzir a diferença nos padrões de vida.

Em seu relatório Perspectiva Econômica Global, divulgado no início das reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial, o fundo elevou sua previsão para o crescimento nos mercados emergentes e economias em desenvolvimento para 6,7% em 2021, de 6,3% do relatório de janeiro. As perspectivas de crescimento em 2021 para todas as regiões foram melhoradas.

Entretanto, o fundo manteve em 5,0% sua estimativa de expansão dos mercados emergentes em 2022. Enquanto isso, as economias avançadas viram fortes melhoras em seus cenários de crescimento para este ano e o próximo, com as projeções elevadas a 5,1% e 3,6% respectivamente.

Enquanto a China retornou a níveis pré-Covid do PIB ainda em 2020 e os Estados Unidos devem fazer isso neste ano, muitos mercados emergentes não chegarão lá antes de 2023, disse a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, no relatório.

“As trajetórias divergentes de recuperação devem criar diferenças significativamente maiores nos padrões de vida entre países em desenvolvimento e outros, comparado com as expectativas pré-pandemia”, disse Gopinath.

O FMI calcula que os mercados emergentes excluindo a China devem sofrer uma perda de 20% da renda per capita ao longo de 2020–2022 em comparação com projeções pré-pandemia, enquanto em economias avançadas essa perda ficaria em apenas 11%.

“Isso reverte os ganhos em redução da pobreza, com a expectativa de que mais 95 milhões de pessoas tenham entrado em extrema pobreza em 2020 e de 80 milhões mais de subnutridos do que antes”, acrescentou Gopinath.

Detalhes do crescimento regional em mercados emergentes mostram as divergências. Economias asiáticas devem expandir 8,6% neste ano e 6,0% em 2022, depois de lockdowns terem sido aliviados em grandes países como a Índia.

Enquanto isso, a Europa emergente deve crescer 4,4% neste ano, a região da América Latina e Caribe deve ter expansão de 4,6%, e o conjunto Oriente Médio, Ásia Central e África Sub-Saariana deve ter crescimento de 3,7% e 3,4% respectivamente.