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FMI diz que medidas fiscais do Reino Unido “devem aumentar desigualdade” e pede reavaliação

27 set 2022, 16:20 - atualizado em 27 set 2022, 16:20
FMI
Estamos monitorando de perto os desenvolvimentos econômicos recentes no Reino Unido e estamos envolvidos com as autoridades (Imagem: Reuters/Yuri Gripas)

As medidas fiscais adotadas pelo Reino Unido provavelmente aumentarão a desigualdade, disse um porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira, pedindo às autoridades britânicas que considerem fornecer apoio mais direcionado às famílias e empresas afetadas.

“Estamos monitorando de perto os desenvolvimentos econômicos recentes no Reino Unido e estamos envolvidos com as autoridades”, disse o porta-voz, em resposta a uma pergunta da Reuters depois que a libra britânica atingiu uma mínima histórica em meio a crescentes preocupações do mercado.

“Dadas as pressões inflacionárias elevadas em muitos países, incluindo o Reino Unido, não recomendamos pacotes fiscais grandes e não direcionados neste momento, pois é importante que a política fiscal não funcione em oposição à política monetária”, disse o porta-voz no comunicado do FMI em sua primeira declaração pública sobre o assunto.

O novo ministro das Finanças do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, colocou a libra esterlina e os títulos do governo em queda livre na sexta-feira com um orçamento destinado a impulsionar a economia via cortes impostos e aumento drástico dos empréstimos do governo.

Kwarteng respondeu dizendo que estabeleceria planos de corte de dívida de médio prazo em 23 de novembro, juntamente com previsões do independente Escritório de Responsabilidade Orçamentária de toda a escala de empréstimos do governo.

O FMI entende que o “pacote fiscal considerável” britânico pretendia ajudar os moradores a lidar com os preços mais altos da energia e impulsionar o crescimento por meio de alívios tributários e medidas para melhorar a oferta, mas tais ações podem colocar a política fiscal em oposição à política monetária, disse o porta-voz.

O orçamento de 23 de novembro de Kwarteng forneceria uma “oportunidade antecipada para o governo do Reino Unido considerar maneiras de fornecer apoio mais direcionado e reavaliar as medidas tributárias, especialmente aquelas que beneficiam pessoas de alta renda”, acrescentou o porta-voz.

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