Pesquisas

FMI: crise do coronavírus põe em risco 30 anos de progresso na igualdade de gênero

21 jul 2020, 16:50 - atualizado em 21 jul 2020, 16:52
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“Mulheres também estão mais suscetíveis a riscos de perda de capital humano”, disse o FMI (Imagem: Unsplash/@wocintechchat)

A crise econômica causada pela pandemia de covid-19 ameaça aumentar a desigualdade de gênero, revertendo 30 anos de progresso, afirmou o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo a organização, em relatório divulgado nesta terça-feira (21), existem diversas razões para acreditar que os impactos do coronavírus podem recair sobre as mulheres. Uma delas é a concentração desse grupo em setores sociais, como os de serviços industriais, varejo, turismo e hospedagem. Tais segmentos, que demandam uma interação presencial, foram severamente prejudicados pela pandemia.

Além disso, mulheres de países de baixa renda são mais prováveis de ser contratadas no setor informal do que homens, o que traduz em salários menores, isenção de benefícios e desproteção das leis de trabalho.

“O sustento dos trabalhadores informais foi bastante afetado pela crise da covid-19. Na Colômbia, a pobreza da mulher aumentou 3,3% devido à parada das atividades econômicas”, destacou o FMI.

Outro motivo levantado pela organização é a maior probabilidade das mulheres de realizar tarefas domésticas não remuneratórias. Com a adoção das medidas de isolamento social, muitas delas ficaram encarregadas pelas responsabilidades familiares.

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Com a adoção das medidas de isolamento social, muitas mulheres ficaram encarregadas pelas responsabilidades familiares (Imagem: Unsplash/@fromitaly)

Mulheres também estão mais suscetíveis a riscos de perda de capital humano. O FMI informou que, em alguns países em desenvolvimento, jovens são forçadas a deixar os estudos de lado e trabalhar para ajudar na renda da família.

“Sem educação, as garotas sofrem de perda permanente de capital humano, sacrificando o avanço da produtividade e perpetuando um ciclo de pobreza entre as mulheres”, disse.

Na avaliação do fundo, um caminho para ao menos minimizar a desigualdade de gênero depende de mudanças nas políticas públicas.

“É crucial que formuladores de políticas adotem medidas para limitar os efeitos da pandemia sobre as mulheres. Isso poderia desenvolver um foco na extensão do suporte de renda aos vulneráveis, melhorando o acesso ao sistema de saúde e ao planejamento familiar e estendendo o apoio para pequenos negócios e trabalhadoras autônomas. A eliminação de barreiras legais contra o empoderamento econômico das mulheres também é uma prioridade”, defendeu o FMI.

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