Economia

FMI: 10% da mão de obra do Brasil trocou agricultura pelo setor de serviços nas últimas 2 décadas

15 abr 2018, 22:43 - atualizado em 15 abr 2018, 22:43

Por FMI

O setor de serviços é o maior empregador da economia brasileira e, nas últimas duas décadas, viu sua participação na composição da mão de obra do país aumentar 10%. O crescimento é tema de relatório divulgado nesta semana (9) pelo Fundo Monetário Internacional. Organismo financeiro também analisa papel da indústria e da agricultura na geração de emprego no Brasil e no mundo.

Entre as economias emergentes, o Brasil é ponto fora da curva. Para o período 2000-2015, o FMI calculou que o setor de serviços empregava de 30 a 40% dos trabalhadores de países em desenvolvimento. No país sul-americano, a taxa chegava a mais de 70% em 2013, segundo a instituição internacional. Já a agricultura respondia por mais de 40% dos postos de trabalho nas nações emergentes, ao passo que, no Brasil, também em 2013, o índice foi calculado em 15%.

O peso do setor agrícola na economia brasileira e na geração de emprego é bem mais alto do que nos países ricos, onde a agropecuária ocupa, em média, menos de 5% dos trabalhadores. Quando avaliados os outros segmentos, porém, a distribuição de postos no Brasil se aproxima do observado nas chamadas economias avançadas. Em 2015, 75% dos empregados nas nações desenvolvidas trabalhavam com serviços e 15%, na indústria.

Da agricultura para os serviços

Em análise das transformações específicas do trabalho no Brasil, o FMI aponta que, em 1996, os serviços empregavam pouco mais de 60% dos brasileiros, proporção que cresceu 10% de lá para 2013. A expansão foi atribuída pelo organismo internacional a um deslocamento da mão de obra, que deixou a agricultura para trabalhar no novo setor. Em 1996, a produção agropecuária ocupava um quarto dos trabalhadores do país.

A participação da indústria se manteve estável durante esses quase 20 anos, com leves oscilações em torno dos 15%. De acordo com o FMI, diferenças salariais entre o setor e o segmento de serviços eram de 6% no início do período avaliado (1996-2013), com rendimentos mais altos encontrados na produção industrial. Ao final das duas décadas analisadas, as disparidades chegaram a quase zero.

Ganhos imediatos de renda entre profissionais que migraram dos serviços ou da agricultura para a indústria não foram considerados significativos. O fundo financeiro também não identificou variações consideráveis no aumento salarial a longo prazo para trabalhadores dos setores industrial e de serviços.

De acordo com o FMI, a diferença no crescimento da produtividade na indústria e nos serviços caiu pela metade desde o início dos anos 2000. No Brasil, a disparidade média entre os setores era de 2% no período 1965-1999. Nos 15 anos seguintes, a variação caiu para 1%, acompanhando uma tendência global de redução.

Acesse a análise do FMI clicando aqui.

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