B3

Fluxo estrangeiro inunda B3, mas gringo pode saciar apetite em breve, prevê Guide

31 jan 2023, 13:54 - atualizado em 31 jan 2023, 13:59
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Estrangeiro inunda B3 com recursos externos, mas apetite do gringo pode saciar em breve (Arte: Equipe Money Times)

Os investidores estrangeiros iniciaram 2023 com um apetite voraz por ações brasileiras. Dados mais recentes da B3 mostram que os gringos já colocaram quase R$ 10 bilhões no mercado secundário (ações já listadas) no acumulado do ano até a quinta-feira da semana passada (dia 26).

Enquanto isso, o investidor pessoa física retirou pouco menos de R$ 2 bilhões líquidos na B3 em janeiro até o dia 26. No mesmo período, o investidor institucional sacou pouco mais de R$ 7 bilhões. Os dados são da própria B3

Gringo x local

Para o analista Mateus Haag, da Guide Investimentos, de um lado, os locais parecem ter sido mais abalados pelos discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros. Por outro, os gringos parecem acreditar que o atual governo será parecido com o primeiro mandato de Lula, em 2003, independente de seus discursos. 

De qualquer forma, o forte fluxo comprador de investidores estrangeiros chama a atenção. Para Haag, esse ingresso de recursos deve-se ao valuation baixo das ações no Brasil.

Além disso, o maior crescimento econômico doméstico e as chances de redução da taxa Selic ainda em 2023 também favorecem essa alocação. “A situação dos mercados desenvolvidos é bem diferente”, ressalta o analista, em relatório diário. 

Afinal, os riscos de recessão nos Estados Unidos seguem latentes. Ademais, o Federal Reserve deve aumentar os juros pelo menos mais uma vez neste ano, amanhã.

Ou seja, lá fora, as perspectivas econômicas são ruins e o valuation dos mercados é ainda muito próximo da média.

Estrangeiro de 2023 é o mesmo de 2019

Conforme análise da Guide Investimentos, o movimento dos estrangeiros na bolsa brasileira neste início de 2023 lembra o que aconteceu em 2019. Ambos os anos foram marcados por períodos pós-eleições presidenciais.

“Um ponto que chama atenção é que em 2019 o bom humor dos mercados com o novo governo foi abalado somente a partir de fevereiro, quando o Congresso foi empossado. Até lá o mercado subiu com pouca volatilidade”, afirma Haag, referindo-se ao início de mandato de Jair Bolsonaro e mencionando o gráfico, abaixo.

Para o analista da Guide, 2023 pode ser similar a 2019 também neste aspecto. “Com o retorno do Congresso, é provável que a volatilidade dos mercados aumente”, prevê. 

Vale lembrar que o recesso parlamentar chega ao fim amanhã, quando acontecem eleições para presidência nas duas Casas legislativas. “Com a posse do Congresso, vamos passar a ter medidas sendo efetivamente apresentadas e posteriormente votadas”, concluiu.

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