Fleury vive cenário de incertezas, mas resultados trazem viés positivo
Os sólidos resultados que a Fleury (FLRY3) divulgou não reverteram a recomendação neutra do BTG Pactual (BPAC11) e do Inter Research (preços-alvo de R$ 28 e R$ 34, respectivamente), mas trouxeram um viés positivo para o nome.
Segundo Samuel Alves, Yan Cesquim e Ricardo Cavalieri, analistas do BTG, os resultados do quarto trimestre do ano passado da Fleury mostraram que a demanda está se recuperando de maneira rápida.
O lucro líquido da companhia saltou 148,7% no período, de R$ 56,1 milhões no quarto trimestre de 2019 para R$ 139,5 milhões. Excluindo os efeitos não recorrentes, o lucro atingiu R$ 155,5 milhões.
A receita líquida avançou 28,9% e totalizou R$ 928,2 milhões, resultado do crescimento de 28,5% na receita bruta (que atingiu recorde de R$ 1 bilhão) e da redução de glosas e abatimentos.
O Ebitda, que corresponde ao lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, subiu 52,8%, para R$ 298,1 milhões. Excluindo efeitos não recorrentes, o montante alcançou R$ 308,6 milhões.
Com a Fleury apresentando números tão bons no trimestre, a recomendação neutra dos analistas pode ser explicada pelas incertezas relacionadas à demanda.
“Temos um rating neutro para Fleury devido ao cenário pouco claro em termos de demanda e retornos estruturais (à luz de várias novas iniciativas de receita)”, afirmaram. “Esperamos por uma visibilidade ainda melhor na demanda normalizada, especialmente quando os testes de Covid-19 desaparecerem”.
O Safra está mais otimista com a empresa. A equipe de análise da instituição reiterou a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 38. Além do valuation atraente, as iniciativas digitais no setor de saúde criam um cenário interessante para a Fleury.
“A Fleury continua mostrando uma tendência encorajadora em sua plataforma digital Saúde iD, tendo conduzido 200 mil consultas de telemedicina em 2020 (metade no quarto trimestre), 38% do número apresentado pela SulAmérica (SULA11), por exemplo”, destacaram os analistas Ricardo Boiati e Rafael Une.
O Saúde iD foi lançado em setembro, ainda em modelo B2B (Business to Business). Em fevereiro, a plataforma digital lançou sua assinatura de serviços em saúde diretamente ao consumidor final, colocando-a no segmento B2C (Business to Consumer).