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Fleury (FLRY3) não vê “impacto significativo” de piso salarial de enfermeiros nos negócios

05 ago 2022, 12:37 - atualizado em 05 ago 2022, 15:47
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“Nossa maior operação que tem complexidade e que necessita desses profissionais está predominantemente em São Paulo, onde o ‘gap’ (diferença para o piso) salarial é mínimo”, disse a presidente do Fleury, Jeane Tsutsui (Imagem: Facebook)

O grupo de medicina diagnóstica Fleury (FLRY3)está fazendo uma avaliação detalhada sobre o piso salarial para enfermagem, sancionado na véspera pelo presidente Jair Bolsonaro, mas não vê impactos significativos da medida em sua operação, disse a presidente da empresa nesta sexta-feira.

A lei prevê piso inicial para enfermeiros, no valor mensal de 4.750 reais em todo o país, e engloba serviços de saúde públicos e privados. A medida também vale para técnicos de enfermagem, auxiliares e parteiros, mas os valores são menores nesses casos.

“Nossa maior operação que tem complexidade e que necessita desses profissionais está predominantemente em São Paulo, onde a diferença para o piso salarial é mínima”, disse a presidente do Fleury, Jeane Tsutsui, em conferência de resultados com analistas.

O diretor de finanças e relações com investidores da companhia, José Antonio Filippo, disse que o Fleury ainda está definindo como será a implementação dos reajustes, mas “parece” que não será necessário um provisionamento de recursos.

O Fleury divulgou na véspera lucro líquido de 70,5 milhões de reais no segundo trimestre, acima do esperado por analistas com base em estimativas compiladas pela Refinitiv, mas suas ações caíam 4,4% no início desta tarde, entre as maiores quedas do Ibovespa, que subia 0,5%.

O Fleury viu a receita líquida subir 19,3% entre abril e junho na base anual, com o impulso de aquisições e de maior faturamento orgânico, ainda que a demanda por exames de Covid-19 tenha diminuído. Porém, do outro lado, as aquisições – foram 13 em medicina diagnóstica e novas áreas desde 2017 – pesaram negativamente nos custos e na dívida.

Tsutsui disse que vê oportunidades de expansão dos negócios de alta complexidade caso haja ampliação do rol da agência reguladora de saúde ANS, espécie de lista que determina os tratamentos de cobertura obrigatória pelos planos de saúde.

Um projeto de lei que aborda a ampliação do rol foi aprovado na Câmara dos Deputados esta semana e segue para o Senado. O texto recebeu críticas da própria ANS na quinta-feira.

Questionada sobre o assunto, em especial uma potencial expansão da companhia na área de genômica, a executiva disse: “vemos, sim, alguma oportunidade em testes que nitidamente têm comprovação científica, estão em grandes ‘trials’ (ensaios)…, que trazem benefício claro para o paciente, mas também para a sustentabilidade do sistema (de saúde)”, disse.

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Negociações com planos

A presidente do Fleury disse que o aumento da sinistralidade das operadoras de planos de saúde vem tornando as negociações de preços com essas instituições “mais difíceis”. A sinistralidade é a relação entre as despesas dos planos com atendimentos e suas receitas.

A executiva afirmou que “tamanho também importa” nesses casos, destacando que o ganho de escala por causa de aquisições recentes do Fleury auxilia nas conversas com as operadoras.

Tsutsui disse ainda que a aquisição do Hermes Pardini, anunciada em junho e que pende de aprovações de acionistas e regulatórias, é um fator que deve elevar a capacidade de negociação da companhia com os planos, já que reitera o caráter nacional de atuação do grupo.

Investimentos

O Fleury vê o nível de investimentos (capex) entre 300 milhões e 400 milhões de reais no ano, disse Filippo. Ele explicou que 300 milhões de reais são considerados recorrentes, valor próximo da média dos últimos dois anos, e 100 milhões serão extraordinários, de investimentos em uma nova área técnica em São Paulo.

Os investimentos do Fleury somaram 179,3 milhões de reais no primeiro semestre, alta de 30,7% em comparação anual.

(Atualizada às 15:47)

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