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Fleury (FLRY3): É hora de comprar as ações da companhia?

18 mar 2022, 12:14 - atualizado em 18 mar 2022, 12:14
Fleury (FLRY3)
Fleury divulgou resultados decepcionantes na quinta (Imagem: Facebook/Fleury)

A Fleury (FLRY3) divulgou na noite de quinta-feira (17) seus resultados referentes ao quarto trimestre de 2021. O balanço mostrou uma queda de 57,6% ante o período anterior.

O resultado operacional do Fleury medido pelo lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação (Ebitda) recorrente somou 255,4 milhões de reais no trimestre, montante 17,2% menor do que um ano antes.

A previsão de analistas para essa linha era de 271,6 milhões de reais, segundo a Refinitiv. A margem Ebitda recorrente caiu de 33,3% para 25,1%.

Segundo a XP Investimentos, a queda aconteceu porque “os testes Covid-19 estão perdendo relevância consistentemente, representando apenas 5,7% das receitas”.

“Os custos caixa sobre as receitas aumentaram 5,8 p.p. A/A para 63,9%, principalmente devido à menor alavancagem operacional dada a sazonalidade e aumento da força de trabalho para fazer frente à maior demanda ao longo do ano, que juntos fizeram com que os custos com pessoal sobre as receitas aumentassem 5 p.p. A/A, para 35,1%. As despesas caixa sobre as receitas aumentaram 3,3 p.p. A/A para 12,1%, devido à ampliação da estrutura administrativa necessária para viabilizar o crescimento dos novos negócios”, dizem os analistas.

Com isso, para a XP, a avaliação para os papéis da companhia são neutros, com preço-alvo de R$ 29,00, ante os atuais R$ 16,91.

Já a Genial Investimentos recomenda que o investidor compre a ação da Fleury, com preço-alvo de R$ 23,80, apesar de os resultados terem vindo abaixo das expectativas.

“Apesar das receitas terem superado em 10,6% as nossas expectativas, a pressão de margens prejudicou o resultado. As margens pressionadas podem ser atribuídas a (i) elevação de custos e despesas decorrentes de adição de adquiridas no resultado, (ii) gastos de consultoria e marketing, (iii) reforço no atendimento e (iv) menor diluição dos custos fixos com a queda t/t das receitas em função da sazonalidade. As margens estão abaixo de patamares pré-pandêmicos”, explica a Genial.

A corretora ainda afirma que “com o sistema de saúde se consolidando, a Fleury segue fazendo avanços em sua estratégia de desenvolver um ecossistema de saúde” e que, apesar do resultado fraco, as expectativas para 2022 são positivas.

Ao contrário da XP, a Genial enxerga “um aumento dos exames de Covid”.

“[Além disso] a companhia vem conseguindo crescer através de aquisições de empresas de exames diagnósticos e de novas linhas de negócio”, afirmam. “Esperamos que o Fleury continue a sua estratégia de crescimento inorgânico, dado a baixa alavancagem (dívida líquida/EBITDA) de 1,3x no final do 3T21; (iv) Valuation atrativo de 16,4x P/L 22 (vs. 20x da média histórica)”, continuam os analistas.

A Genial afirma que “o anúncio do acordo para a compra de SulAmérica pela Rede D’Or deu uma reviravolta no setor de saúde”.

“A Rede D’Or vem gradativamente incorporando empresas que fazem parte de sua cadeia de prestação de serviços. Ela já possui uma participação de 29% na Qualicorp, administradora de planos de saúde e já fez uma oferta pela Alliar, concorrente do Fleury em medicina diagnóstica”, diz o relatório.

 

*Com informações de Reuters