Selic: A mudança nos EUA que pode afetar os juros no Brasil
A Fitch colocou um ponto de atenção na economia dos Estados Unidos e rebaixou a classificação de risco da potência “AAA” para “AA+”.
Entre os pontos levantados pela agência estão uma esperada deterioração fiscal, bem como uma alta e crescente carga geral da dívida do governo. Além disso, a Fitch cita a possibilidade do país entrar em recessão e disparada dos juros pelo Federal Reserve.
“Esperamos que o déficit do governo geral suba para 6,3% do PIB em 2023, de 3,7% em 2022, refletindo receitas federais ciclicamente mais fracas, novas iniciativas de gastos e uma carga de juros mais alta”, coloca.
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, discordou do rebaixamento. “A mudança anunciada pela Fitch Ratings hoje é arbitrária e baseada em dados desatualizados”, afirmou Yellen em um comunicado.
“Na visão da Fitch, houve uma deterioração constante nos padrões de governança nos últimos 20 anos, inclusive em questões fiscais e de dívida, apesar do acordo bipartidário de junho para suspender o limite da dívida até janeiro de 2025”, disse a agência de recomendação em comunicado.
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Como o Brasil pode se sair bem com história?
De acordo com o economista André Perfeito, o cenário é de maior risco, e, logo, o dólar pode até ganhar alguma força no curto prazo (por mais contraditório que possa parecer num primeiro momento), mas tende a se enfraquecer mais para frente.
“As condições financeiras mais restritas fazem ‘o trabalho sujo da Selic’, logo é de se esperar uma atitude mais expansionista do Banco Central (mantenho o corte de 50 pontos amanhã)”, argumenta.
Além disso, o economista diz que provavelmente o Fed vai moderar eventuais ajustes na sua taxa básica frente os riscos que o sistema financeiro e de crédito nos EUA podem enfrentar por um duplo aperto (piora de nota pela Fitch e alta de juros).
Com Reuters