Fitch corta rating do banco BS2 e prevê resultados pressionados até 2022
A agência de classificação de risco Fitch cortou nesta quarta-feira o rating de longo prazo em moeda estrangeira do banco mineiro BS2, de B+ para B, removendo uma observação negativa, mas atribuindo perspectiva negativa à nota.
O BS2 (ex-Banco Bonsucesso), banco médio fundado pela família Pentagna Guimarães, é especializado em varejo e PMEs e anunciou em junho a compra da fintech Weel, com planos de se tornar a maior do país em antecipação de recebíveis para pequenas e médias empresas (PMEs) até 2023.
A decisão da Fitch revela os desafios dos bancos de médio porte brasileiros que tentam manter a rentabilidade enquanto perseguem planos ambiciosos de expansão, competindo com novos entrantes apoiados com volumes robustos de recursos de grandes investidores.
“O rebaixamento dos ratings do BS2 reflete as frequentes mudanças em sua estratégia de negócios e os desafios em termos de execução”, afirmou a Fitch no relatório, citando ainda a deterioração do perfil financeiro do banco, após a implementação da plataforma de digital em 2019.
“Além disso, o BS2 não tem sido capaz de reverter a tendência negativa em seus indicadores de rentabilidade e capitalização”, acrescentou a Fitch, mencionando indicadores de capitalização relativamente baixos e lucro pressionado, o que seria um risco para sua estratégia de longo prazo.
Após 2,5 anos construindo sua plataforma de digital banking, o BS2 decidiu em 2021 reposicionar sua franquia e estratégia.
Para a Fitch, a execução da nova estratégia é desafiadora, já que a unidade digital do banco de varejo agora atua como obstáculo para o lucro, e também pelo nível de capitalização, com o índice de capital de nível 1 em 10%.
Após ter tido prejuízo em 2020, o BS2 reportou lucro no primeiro semestre de 2021.
A Fitch acredita que os resultados do BS2 seguirão sob pressão no segundo semestre deste ano e durante 2022.