Firmas chinesas deixam bolsas de valores dos EUA em maior ritmo desde 2015
Empresas chinesas estão saindo das bolsas dos Estados Unidos no ritmo mais rápido desde 2015 em meio às tensões crescentes entre os governos de Pequim e Washington.
A deslistagem mais recente é da 58.com Inc., maior empresa de classificados on-line da China, que na segunda-feira selou acordo para fechar capital liderado pelas firmas de private equity Warburg Pincus e General Atlantic.
Um grupo de investidores apoiado pelo magnata da tecnologia chinês Pony Ma, da Tencent, disse na semana passada que vai fechar o capital da Bitauto, em acordo que avalia o site de venda de carros em US$ 1,1 bilhão.
Desde janeiro, empresas chinesas listadas nos EUA anunciaram quatro acordos para fechar capital com valor combinado de US$ 8,1 bilhões, incluindo dívida, segundo dados compilados pela Bloomberg.
No mesmo período do ano passado, não houve nenhum acordo desse tipo. É também o valor mais alto anual desde 2015, quando foram anunciados US$ 29,8 bilhões em aquisições para fechar capital.
O presidente dos EUA, Donald Trump, avalia um escrutínio mais rigoroso de empresas chinesas após uma série de escândalos contábeis, incluindo o da Luckin Coffee, que envolveram alguns dos maiores nomes de Wall Street.
A Nasdaq planeja novas regras que dificultariam ofertas públicas iniciais para algumas empresas chinesas, potencialmente restringindo seu acesso ao maior mercado de capitais do mundo.
A pandemia de Covid-19 também fez com que algumas empresas chinesas listadas nos EUA parecessem relativamente subvalorizadas, segundo Steven Tran, sócio do escritório de advocacia Mayer Brown, em Hong Kong.
“Acrescente o sentimento geralmente negativo nos EUA sobre tudo o que é relacionado à China, e temos a receita perfeita para um aumento das transações de fechamento de capital”, disse.