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Firmas britânicas se preparam para Brexit duro de olho em prazo

26 jun 2020, 14:25 - atualizado em 26 jun 2020, 14:25
Renald
A Renold, uma fabricante de correias e caixas de câmbio de carros com sede em Manchester, está entre elas. A empresa planeja acelerar entregas para clientes nos próximos meses (Imagem: Twitter/Renald)

Por mais que o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, diga que será capaz de fechar um acordo comercial com a União Europeia até o fim do ano, empresas britânicas já se preparam para a possibilidade de que isso não se concretize.

A Renold, uma fabricante de correias e caixas de câmbio de carros com sede em Manchester, está entre elas. A empresa planeja acelerar entregas para clientes nos próximos meses e, assim, garantir que não sejam surpreendidos por possíveis problemas de fronteira devido ao Brexit em janeiro, de acordo com o CEO Robert Purcell.

“Vamos assumir que vai ser difícil”, disse Purcell em entrevista por telefone. “Você nunca pode contar com a maneira que acha que vai acontecer.”

Johnson ainda está otimista de que um acordo será fechado com a UE, apesar de meses de tropeços nas negociações comerciais.

Mas, mesmo que as negociações avancem nas próximas semanas – com sessões extras agendadas para julho e agosto -, empresas precisam fazer escolhas difíceis agora e reduzir riscos para as operações.

Para os fabricantes, isso inclui repor estoques. A montadora de luxo Bentley, unidade britânica da alemã Volkswagen, dobrou a capacidade de armazenamento e tem estoque para 5 a 10 dias de peças em comparação com cerca de dois dias anteriormente, disse o CEO Adrian Hallmark na terça-feira.

A Bentley importa cerca de 45% das peças usadas em seus carros, sendo que 90% são provenientes da Europa continental.

“Isso nos custou milhões por ano”, disse referindo-se às despesas de estocagem. “Vemos um impacto significativo de um Brexit duro.”

Bentley
A Bentley importa cerca de 45% das peças usadas em seus carros, sendo que 90% são provenientes da Europa continental (Imagem: Facebook/Bentley)

O Reino Unido e a UE esperam alcançar um acordo comercial no máximo até outubro, porque o bloco precisa de tempo para receber as aprovações necessárias dos países membros antes da data de saída em 1º de janeiro.

No entanto, quanto mais tempo as negociações continuarem, mais custos as empresas terão que arcar para se protegerem do caos caso não haja acordo.

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