Fique longe da ação da Ambev, alerta Santander
É bom, por enquanto, ficar de fora da ação da Ambev (ABEV3), afirma a equipe de investimentos do Santander (SANB11). Como se não bastasse a agressividade das promoções, a redução de créditos tributários na divisão de refrigerantes, os desafios econômicos encontrados na Argentina e a queda de consumo de bebidas alcoólicas no Canadá, a principal companhia cervejeira brasileira continua perdendo mercado para a Heineken.
Os novos resultados operacionais da empresa holandesa revelaram que sua atuação no Brasil segue aumentando consideravelmente. O volume de vendas no país cresceu a uma taxa de dois dígitos no ano, ao passo que o banco esperava por um aumento de um dígito médio.
“Isso é surpreendente, porque esperávamos que o consumo lento de cerveja na região nordeste do Brasil enfraquecesse as vendas da Schin (marca-chave da Heineken na região) e, assim, impedisse que a companhia atingisse um crescimento de dois dígitos durante o trimestre”, diz o analista Marcel Moraes.
O crescimento das vendas de cerveja da Coca-Cola Femsa (KOF), distribuidora da maior parte das marcas da Heineken no Brasil (Heineken, Amstel, Kaiser e Bavaria), também sustenta o ganho de mercado da marca estrangeira. A KOF tem superado a Ambev nos últimos anos a um ritmo cada vez mais rápido.
Em relação à Ambev, que adotou uma postura comercial mais agressiva, o Santander prevê crescimento de 2,5% no volume de vendas do quarto trimestre. Boa parte do mercado aposta em um avanço de 1,5%.
“Se o crescimento do volume de cerveja da Ambev for realmente tão baixo, isso indicaria que ela continua perdendo participação em um ritmo acelerado – o que, no fim, pode levar investidores a pensar se o crescimento esperado de volume de 3 a 4% para 2020 é viável”, pontua Moraes.
A verdade é que o banco não descarta que números mais fracos sejam divulgados, já que a Skol segue perdendo participação no mercado para os concorrentes.