Comprar ou vender?

Fique distante dessa ação do setor automotivo, aponta BofA

29 set 2021, 17:14 - atualizado em 30 set 2021, 21:34
Segundo o banco, os ventos contrários do setor deixaram as ações baratas, mas o setor não ajuda

O Bank of America cortou o preço-alvo da Tegma (TGMA3) em 42%, de R$ 30 para R$ 21. Apesar disso, o banco elevou a recomendação das ações de venda para neutra.

No ano, os papéis da companhia caíram 36%, desempenho inferior ao Ibovespa em 31 pontos percentuais, dadas as preocupações de escassez de autoprodução afetando os resultados.

Segundo o banco, os ventos contrários do setor deixaram as ações baratas, já que a fraqueza dos papéis derrubou o preço sobre o lucro de 2022 para 10,5x, desconto de 25% na média histórica.

“No entanto, o cenário macro e setorial ainda incerto impede um posicionamento mais otimista. Dada a alta dependência da Tegma nas vendas de veículos leves, os ganhos de curto prazo devem permanecer sob pressão devido à escassez de semicondutores”, completa. 

O BofA elenca dois motivos principais para sustentar o seu pessimismo: 

  • volumes menores, já que as vendas de automóveis no Brasil em 2021 caíram 22% em relação a 2019;
  • deterioração da participação de mercado, com a Tegma particularmente exposta aos OEMs (Fabricante Original do Equipamento, em português) que foram mais impactados pelas crises de semicondutores;

“Dito isso, embora reconheçamos os esforços de corte de custos para melhorar as margens, ainda esperamos resultados fracos no segundo semestre de 2021”, diz.

Para 2022, o banco espera que a receita líquida se recupere em 26,3%, impulsionada pela expansão de 30% na divisão automotiva, enquanto o resultado final deve crescer 30% para R$ 108 milhões, mas ainda abaixo dos níveis de 2019 (R$ 142 milhões).

No segundo trimestre, a Tegma apresentou lucro líquido de R$ 24,2 milhões.

A receita líquida da Tegma avançou 1,3% no comparativo trimestral e totalizou R$ 237,1 milhões. O resultado refletiu refletindo a estabilidade das condições do mercado automotivo no trimestre e foi amparado pelo crescimento da receita da logística integrada.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado chegou a R$ 35,3 milhões. A margem Ebitda ajustada recuou 3,6 pontos percentuais em comparação ao início do ano, para 14,9%.

O volume de veículos transportados no segundo trimestre foi de 127,8 mil, queda de 6,9% trimestre a trimestre. A quantidade resultou em uma participação de mercado estável em 22,8%.

Errata: a alteração da recomendação foi de venda para neutra e não de compra para neutra

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