Fique alerta com pressão da Arábia sobre ações da BRF, recomenda Credit Suisse
A decisão da Arábia Saudita de suspender a importação de frango de duas plantas do Paraná é negativa para a BRF (BRFS3). A avaliação é do Credit Suisse, em relatório assinado pelos analistas Victor Saragiotto e Felipe Vieira.
Anunciada ontem (17), a suspensão atinge as unidades de Dois Vizinhos e Francisco Beltrão, e resulta de uma investigação das autoridades sauditas, conduzidas entre 2014 e 2018, sobre supostas violações na produção de alimentos e premix (um preparado contendo vitaminas e aminoácidos).
No comunicado aos investidores, a BRF afirma que apenas a unidade de Dois Vizinhos, efetivamente, exportava carne de frango para a Arábia, com embarques mensais de 6 mil toneladas.
O Credit Suisse aponta alguns motivos para se preocupar com a situação. O primeiro é que a Arábia é um dos maiores mercados da BRF no mundo árabe e responde por 20% a 30% da vendas na região.
Agora, é mais sério
“Desta vez, o impacto financeiro é mais significativo que o do caso de Abu Dhabi”, afirmam os analistas, lembrando da restrição imposta pelos sauditas, em setembro do ano passado, às exportações da BRF, a partir da planta que possui naquele país.
“Pelas nossas contas, as 72 mil toneladas vendidas pela unidade [de Dois Vizinhos], anualmente, corresponde a cerca de 7,4% do volume total comercializado no mercado halal nos últimos 12 meses”, explica o Credit Suisse.
E acrescenta: “é importante lembrar que os volumes anteriores de carne de frango vendidos para a Arábia Saudita serão desviados [pela BRF] para outros mercados na região, mas, provavelmente, com uma lucratividade menor para a companhia”.
Apesar do alerta, o banco manteve o preço-alvo das ações em R$ 46, com recomendação de outperform – desempenho esperado acima da média do mercado. O valor representa uma alta potencial de 49% sobre a cotação de referência do Credit.
Veja o comunicado da BRF sobre a suspensão das vendas para a Arábia.