Fiocruz diz que demanda internacional por insumos de vacinas gera alerta sobre cronograma
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) disse nesta terça-feira que fornecedores de insumos para vacinas contra a Covid-19 avisaram que a alta demanda no mercado internacional e a crise na malha aérea por conta da pandemia geraram um alerta sobre riscos futuros de cumprimento de cronograma, mas garantiu estar acompanhando a situação para assegurar que a produção não seja afetada.
Segundo a Fiocruz, que está envasando a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca, o Ministério da Saúde e empresas privadas se colocaram à disposição para atuar caso a situação se agrave, “e este apoio será solicitado em caso de necessidade”, afirmou.
Apesar do alerta, a Fiocruz disse em comunicado que está produzindo 900 mil doses de vacina por dia e manteve a previsão de entregar 18,4 milhões de doses este mês ao Programa Nacional de Imunização (PNI) apesar de ter reduzido a entrega desta semana de 3,2 milhões de doses para 2 milhões.
Segundo a Fiocruz, 11 milhões de doses já foram produzidas, mas estão, atualmente, passando por processo de controle e qualidade antes de serem entregues.
“A produção de vacinas em Bio-Manguinhos/Fiocruz segue rígidos protocolos de controle de qualidade estabelecidos internacionalmente, o que pode acarretar na redução ou no aumento nas previsões de entregas no cronograma semanal”, disse, acrescentando que não há qualquer problema técnico ou operacional na fabricação da vacina.
“As doses que deixarão de ser entregues (esta semana) estão em análise e deverão ser encaminhadas ao PNI nas próximas semanas”, acrescentou.
A Fiocruz prevê para este mês ampliar a produção diária de vacinas para 1,2 milhão de doses, com a abertura de um novo turno de trabalho.
A meta é entregar até julho 100,4 milhões de doses produzidas com Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) importado da China, e depois mais 110 milhões de doses até o final do ano com o insumo produzido pela própria fundação.
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, recebeu garantias do embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, em reunião nesta semana, sobre a continuidade da entrega de IFA para a produção de vacinas, de acordo com o comunicado.
“O recebimento de remessas de IFA importado segue normalmente. Não há qualquer indicação de possível atraso no fornecimento de IFA por conta do avanço da vacinação na China”, acrescentou.
A Fiocruz enfrentou atrasos para a chegada do IFA no início do ano, o que impactou o cronograma de produção. Atualmente, menos de 20% das vacinas aplicadas no país são da AstraZeneca, enquanto a CoronaVac, da chinesa Sinovac e envasada pelo Instiuto Butantan, responde pela imensa maioria da vacinação.