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Fintechs criam mercado de US$ 38 bi no Sudeste Asiático

30 out 2019, 13:30 - atualizado em 30 out 2019, 13:30
Os empréstimos on-line vão responder por cerca da metade da receita total na região, avalia um estudo da Bain & Co., Google e Temasek Holdings (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Serviços financeiros digitais, que incluem empréstimos e gestão de ativos, devem gerar pelo menos US$ 38 bilhões em receita anual no Sudeste Asiático até 2025, mais do que o triplo em relação à estimativa de US$ 11 bilhões em 2019, segundo um novo estudo da Bain & Co., Google e Temasek Holdings.

Os empréstimos on-line vão responder por cerca da metade da receita total na região, que abriga alguns dos setores de Internet e dispositivos móveis que mais avançam mundialmente. O crescente uso de smartphones tende a facilitar o acesso a serviços on-line, como seguros, para mais de 70% da população adulta, negligenciada por bancos tradicionais, de acordo com o relatório.

O financiamento digital avança rápido na região desde que os gigantes do Sudeste Asiático Grab Holdings e Gojek investiram alguns dos bilhões captados em aplicativos de pagamentos e serviços financeiros. Outros segmentos, como empréstimos e seguros, continuam em estágio iniciail, disse Aadarsh Baijal, líder de prática digital da Bain no Sudeste Asiático.

“Com o crescimento de pagamentos como o WeChat, vemos outros serviços acompanhando muito rapidamente”, disse Baijal a repórteres em Cingapura na quarta-feira, em referência ao serviço de mensagens da Tencent Holdings. “A adoção de pagamentos está se tornando a porta de entrada para o crescimento de outros serviços financeiros.”

Até o Uber Technologies está entrando no mercado de serviços financeiros, com o lançamento da unidade Uber Money. A empresa de São Francisco segue os passos da Gojek e Grab, que desenvolveram com sucesso novas fontes de receita por meio da diversificação.

Ainda não há vencedores claros no fragmentado mercado de serviços financeiros digitais do Sudeste Asiático. Mas bancos tradicionais terão papel importante devido ao acesso a capital, disse Rohit Sipahimalani, cochefe do grupo de investimentos da Temasek. Bancos como DBS e United Overseas Bank se uniram à Gojek e Grab, respectivamente. O tailandês Kasikornbank firmou parceria com a Shopee, uma das maiores plataformas de comércio eletrônico, para fornecer empréstimos digitais aos vendedores.

“As fintechs precisarão de parcerias com bancos para poder ter acesso ao balanço”, disse. “E os bancos precisarão fazer parcerias com fintechs de consumo, porque elas não chegam à população sem acesso a serviços bancários.”