Fintech Ori Assets estima em R$ 500 milhões a emissão de precatórios de março
A oscilação do mercado acionário brasileiro e a iminente alta da taxa Selic que, atualmente está em 3,50% ao ano, segundo a última decisão do Copom, têm motivado a análise de investimentos alternativos, como ordens de pagamentos da União (precatórios).
Uma vez que um processo é ganho contra um órgão público, seja ele municipal, estadual ou federal, o Judiciário é responsável por emitir um documento são os chamados “ precatórios”.
No caso, a fintech Ori Assets, especializada na negociação de precatórios e na relação com investidores desse ativo, identificou que, em março, foram distribuídos nos tribunais federais cerca de R$ 500 milhões em precatórios, sendo abertas negociações em mais de 10% do total.
A empresa, que integra o grupo e-Xyon Par, identifica essas ordens de pagamento da União a partir de avançados algoritmos de inteligência artificial.
A startup destaca que grande parte do volume negociado é representado pelos chamados precatórios pulverizados, na faixa entre R$ 70 mil e R$ 300 mil.
“Trata-se de uma oportunidade de investimento segura para os dois lados (credores e investidores) e isso vem atraindo inúmeros novos entrantes”, aponta Allan Edward, CEO da Ori Assets.
Uma das portas de entrada ao mercado de precatórios se dá principalmente a partir dos fundos de investimentos para a negociação desses títulos federais, que costumam ser pagos em no máximo dois anos.
Segundo o site da Câmara dos Deputados, se o credor tiver ganho de causa numa ação contra qualquer entidade da União, com valor superior a 60 salários mínimos, pode consultar a lista de 80.029 precatórios que o Governo Federal pretende pagar ainda em 2021.
“As informações são divulgadas anualmente através da Lei Orçamentária Anual (LOA), Assim, por meio de nosso Big Data Jurídico, conseguimos identificar as oportunidades com antecedência de até um ano e com alto nível de acurácia”, explica Edward.
Todo o serviço de identificação do precatório, negociação, auditoria, formalização e entrega ocorrem em apenas cinco dias, segundo o CEO.
“A partir dos dados apurados, podemos até calcular a previsibilidade do pagamento (Duration) desses precatórios, facilitando a tomada de decisão. Os robôs de captura de dados e os algoritmos de análise de documentos desenvolvidos pela e-Xyon são essenciais para esse processo”, completa.
E é seguro investir em precatórios?
É importante lembrar que no momento em que o precatório é emitido, o valor da causa é contabilizado no orçamento público, assim o investimento torna-se parte da dívida pública, seja ela municipal, estadual ou até mesmo federal.
Não há registros de calote interno por parte do governo, dessa forma, os riscos presentes em títulos privados, como CDBs, LCA, LCI, etc., não se aplicam aos investimentos em precatórios, em termos de possível quebra das instituições.
O que hoje parece simples e acessível só foi possível com a visão do executivo da empresa e dos investidores da e-Xyon Par, que ajudaram a introduzir tecnologia, processos e especialização jurídica para garantir a negociação de ativos de alta qualidade e assertividade.
Ou seja, uma proposta de valor criada com base na disrupção digital do modelo tradicional usado até então pelo mercado e na expansão do modelo de investimento em precatórios.
“A análise automática de documentos com inteligência artificial e a automação de processos de negócio (RPA) são fundamentais para garantir a governança dos negócios, em especial em meio a uma grave crise como a gerada pela Covid-19”, conclui o CEO da fintech.