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Fintech Greensill compra colombiana Omni e quer chegar ao Brasil

16 jun 2020, 11:01 - atualizado em 16 jun 2020, 11:01
Empresas
A Omni, fundada em 2018 em Bogotá, ajudou a fornecer cerca de US$ 300 milhões em capital de giro para pequenas e médias empresas que são fornecedoras de grandes empresas no Chile e na Colômbia (Imagem: Freepik)

A Greensill Capital, que tem como sócio o SoftBank Group Corp e provê crédito para empresas, está adquirindo a Omni Latam, com sede na Colômbia, para acelerar seu crescimento na América Latina.

As fintechs não-negociadas em bolsa não divulgaram um preço do negócio, que envolve apenas ações e visa ajudar a Greensill, com sede em Londres, a crescer na América Latina, incluindo Brasil e México.

A Omni fornece capital de giro para pequenas e médias empresas na Colômbia e no Chile, e a Greensill oferece o chamado financiamento da cadeia produtiva globalmente, no qual as empresas tomam empréstimos para pagar seus fornecedores.

“Percebemos que a América Latina requer habilidades muito especiais e, ao mesmo tempo, a região possui uma lacuna de capital de giro muito significativa que estimamos ser da ordem de US$ 750 bilhões”, disse o fundador e presidente da Greensill, Lex Greensill, em entrevista.

“Então encontramos uma empresa, uma equipe, uma tecnologia que se encaixam perfeitamente considerando os valores e a abordagem da organização Greensill.”

A Omni, fundada em 2018 em Bogotá, ajudou a fornecer cerca de US$ 300 milhões em capital de giro para pequenas e médias empresas que são fornecedoras de grandes empresas no Chile e na Colômbia. A fintech coleta dados digitais como faturas e formulários fiscais para ajudar a tomar decisões de crédito com base nos clientes, vendas e funcionários do possível tomador de empréstimo.

“Não solicitamos as demonstrações financeiras da empresa, que só contarão sobre o passado”, disse o presidente da Omni, Diego Caicedo. “Aqui estamos vendo o filme em tempo real”, disse ele, acrescentando que “a situação das pequenas empresas muda muito rapidamente e, em um mundo em crise por causa de uma pandemia, muda ainda mais rápido”.

As “pegadas digitais” das empresas são fáceis de coletar porque a América Latina é líder global no fornecimento de dados eletrônicos sobre empresas, disse Caicedo.

Greensill disse que conheceu os fundadores da Omni, Caicedo e Andres Abumohor, em dezembro, em Nova York, e fechou o negócio com eles em menos de seis meses.

Caicedo passou a maior parte do ano passado se reunindo com fundos e outras instituições e disse que sempre havia um nome que aparecia: Lex Greensill.

Ele acabou sendo apresentado a Greensill por Luis Cervantes, chefe do escritório do fundo de private equity General Atlantic no México, que investiu US$ 250 milhões na Greensill em julho de 2018.

A Greensill também recebeu dois investimentos do fundo Vision do SoftBank, um de US$ 800 milhões em maio de 2019 e outro em outubro do mesmo ano, de US$ 655 milhões.

A Greensill, fundada em 2011, concedeu no ano passado US$ 143 bilhões em financiamento a mais de 8 milhões de clientes e fornecedores em mais de 175 países. O volume nos primeiros quatro meses de 2020 mais do que dobrou em relação ao ano anterior devido à pandemia de coronavírus, segundo a empresa.

A empresa, que emprega o ex-primeiro-ministro britânico David Cameron como consultor, distribui parte do crédito que gera para mais de 100 investidores, financiando parte dele por meio de seu banco alemão, o Greensill Bank AG.