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Fintech argentina Ualá acelera expansão com estreia no México

29 set 2020, 15:17 - atualizado em 29 set 2020, 15:17
Tanto a Argentina quanto o México compartilham um desafio e uma oportunidade semelhantes: o dinheiro em espécie é rei (Imagem: Site/Ualá)

A startup argentina de pagamentos móveis Ualá, que tem entre os investidores bilionários como George Soros e Steve Cohen, lançou operações de cartões pré-pagos no México.

Três anos após o início das operações na Argentina, a empresa se expande para a segunda maior economia da América Latina quando a pandemia de coronavírus impulsiona transações online no mundo todo, disse o fundador e diretor-presidente da Ualá, Pierpaolo Barbieri.

Depois de trabalhar “silenciosamente e secretamente” para configurar as operações nos últimos 18 meses, mais de 20% dos mais de 500 funcionários da empresa estão totalmente dedicados ao lançamento das operações no México na terça-feira.

Tanto a Argentina quanto o México compartilham um desafio e uma oportunidade semelhantes: o dinheiro em espécie é rei e grande parte da população não tem acesso a serviços financeiros, disse Barbieri.

Cerca de 60% da população do México não tem conta bancária, de acordo com dados do Banco Mundial – um número ainda maior do que o da Argentina.

“Em termos de inclusão financeira, o México tem um problema muito semelhante ao da Argentina”, disse Barbieri em entrevista por vídeo de Buenos Aires. “A penetração bancária fora das grandes cidades é muito baixa.”

A Ualá, que fornece uma série de serviços financeiros com base em um cartão pré-pago gerenciado por meio de um aplicativo móvel, emitiu 2 milhões de cartões pré-pagos na Argentina desde que começou a operar em 2017 e tem como alvo 30 mil novos usuários no México até o fim do ano.

Para isso, planeja aprovar contas em 24 horas e entregar cartões de débito em qualquer lugar do México em até 72 horas após a aprovação.

Crescimento silencioso

A expansão já está totalmente financiada, graças à última rodada série C da empresa em novembro, na qual levantou US$ 150 milhões, liderados pela gigante chinesa de Internet Tencent e pelo conglomerado japonês SoftBank.

A Ualá não busca mais financiamento e planeja focar no crescimento de suas operações na Argentina e no México, disse Barbieri. Soros, Cohen e Jefferies também estavam entre os investidores iniciais da empresa.

A Ualá tem uma equipe local de 22 funcionários na Cidade do México, sob o comando do gerente-geral Ricardo Olmos.

Um dos maiores concorrentes da empresa em ambos os mercados é o Mercado Pago, a fintech da gigante de comércio eletrônico MercadoLibre, que no ano passado obteve empréstimo de US$ 125 milhões do Goldman Sachs. O Nubank, que também tem a Tencent entre os investidores, é outro rival no radar da Ualá, disse Barbieri.

Ainda assim, a competição mais acirrada da empresa virá do dinheiro em espécie, disse. Até o ano passado, cerca de 88% dos mexicanos ainda usavam dinheiro como principal forma de pagamento, de acordo com dados da Minsait, afiliada da consultoria espanhola Indra.

A Ualá foi avaliada em quase US$ 1 bilhão em novembro de 2019, segundo pessoas com conhecimento direto da transação, que pediram anonimato porque os dados são privados. Barbieri não quis divulgar o valuation atual da empresa.

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