Internacional

Financiamento para mais pobres é “maior obstáculo” para negociações climáticas, diz China

27 out 2021, 8:54 - atualizado em 27 out 2021, 8:54
“A dúvida sobre se os países desenvolvidos vão apoiar os países em desenvolvimento a lidar com a mudança climática, ou se simplesmente passarão suas responsabilidades” disse o vice-ministro de Ecologia e Meio Ambiente da China, Ye Min (Imagem: REUTERS/Martin Pollard)

Estabelecer financiamento para ajudar os países mais pobres a combater a mudança climática será “o maior obstáculo” durante as negociações no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) para tentar conter o aquecimento global, que começarão em Glasgow no dia 31 de outubro, disse uma autoridade ambiental chinesa nesta quarta-feira.

Países ricos concordaram em 2009 em estabelecer um fundo de 100 bilhões de dólares por ano para ajudar a transferir tecnologias e minimizar os riscos climáticos, mas o progresso neste sentido tem sido lento.

Alok Sharma, presidente da conferência da ONU sobre o clima COP26, disse nesta semana que espera que o fundo esteja disponível até 2023, três anos mais tarde do que o planejado inicialmente.

“A dúvida sobre se os países desenvolvidos vão apoiar os países em desenvolvimento a lidar com a mudança climática, ou se simplesmente passarão suas responsabilidades de redução de emissões para os países em desenvolvimento, tem sido o maior obstáculo para o progresso deste processo multilateral”, disse o vice-ministro de Ecologia e Meio Ambiente da China, Ye Min.

Em um briefing de imprensa em Pequim, Ye disse que o financiamento está relacionado à “confiança política mútua”, assim como à capacidade prática dos países mais pobres de tomar medidas contra a mudança climática. Ele disse que a COP26 precisa “fazer arranjos”.

A China, maior emissor mundial de gases do efeito estufa, é classificada como país em desenvolvimento.

O país tem insistido na ênfase do princípio de “responsabilidades comuns, mas diferentes”, estabelecido pelo Protocolo de Kyoto.

A China defende que os países mais ricos com histórico de mais emissões têm de arcar com as maiores reduções.

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