Financiamento Imobiliário: Veja como vão ficar as taxas de juros com a Selic a 10,75%
O Banco Central elevou a taxa Selic em 1,5 ponto percentual, de 9,25% para 10,75% ao ano, nesta quarta-feira (02). Essa foi a oitava alta da Selic desde o começo de 2021, quando foi de 2,00% para 2,75%.
A Selic é a taxa básica de juros da economia, sendo o principal norte para bancos e outros credores em relação ao custo de empréstimos.
Mas será que a alta da Selic pode dificultar o sonho da casa própria? Para Alberto Azjental, Coordenador do curso de mercado imobiliário da FGV (Fundação Getúlio Vargas), a resposta é sim!
De acordo com o economista, com um ajuste de 1,5% na Selic pode incorrer um aumento entre 0,6% e 0,75% no Custo Efetivo Total (CET) para o financiamento de imóveis.
“O custo efetivo total é um número genérico, porque cada instituição possui taxas diferentes e modalidades diferentes. A Caixa Econômica, por exemplo, tem 5 opções distintas para clientes que querem ou não ter relacionamento com o banco”, diz Azjental.
Ele comenta também que outros fatores podem influenciar na taxa cobrada, como idade do cliente e o tempo de financiamento (quanto maior o prazo, maior o juros).
Segundo o professor da FGV, caso o consumidor queira optar pela modalidade pré-fixada, a qual é fixa e sem variação, ele tende a encontrar uma taxa entre 10% e 11% ao ano após a nova Selic.
Já nas pós-fixadas, que variam de acordo com os indicadores do momento atual, o interessado possui possibilidades diferentes.
No financiamento vinculado com a poupança, Azjental estima que as taxas fiquem entre 10,67% e 11,17%, enquanto há uma estimativa de custo de 13% a 14% na opção atrelada ao IPCA.
Qual é a melhor opção?
Para o economista da FGV, a melhor forma ainda é a taxa pré-fixada, mesmo com dispara recente da Selic. Ele afirma que no longo prazo, a expectativa é de uma diminuição da Selic após o controle da inflação, momento em que o consumidor pode aproveitar para fazer a portabilidade e diminuir o juros.
“Nessa perspectiva, o comprador vai pagar um juros muito alto agora, mas no longo prazo ele pode fazer a portabilidade para um taxa de juros mais baixa”, explica Azjental.
Mesmo assim, caso o consumidor tenha interesse em fazer uma taxa pós-fixada, ele recomenda fazer a da poupança, tendo em vista que a vinculada à inflação trás riscos maiores.
“Para a inflação o céu é o limite, então o consumidor corre sérios riscos de pagar muito a mais do que ele até podia”, conclui.