Finanças Pessoais: Como manter a cabeça fria nos investimentos em cenários instáveis
O momento político e econômico do Brasil está deixando as pessoas com os “cabelos em pé” na gestão de seus investimentos e finanças pessoais.
A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o seu terceiro mandato como presidente não acalmou os ânimos da população, que continua extremamente dividida.
Enquanto uma parte comemora o fim do governo Bolsonaro, outra se mobiliza com paralisações pelo país, pedindo até a intervenção militar.
Este cenário vem deixando os investidores, principalmente os mais novatos, com várias dúvidas sobre como proceder com suas carteiras de investimento.
A princípio, a bolsa de valores brasileira vem reagindo positivamente à definição do novo presidente. Na segunda-feira, após a definição das eleições, o Ibovespa subiu 1,31%. Já no dia seguinte, a alta veio na casa de 0,77%.
O que estes números não mostram, entretanto, é a alta volatilidade que passou a tomar conta do mercado, o que deve ter trazido muitas dores de cabeça para operadores e traders de curto prazo mais inexperientes.
Cuidados na renda variável
Cenários instáveis, como o atual momento brasileiro, costumam realmente trazer movimentos mais “erráticos” no mercado de renda variável, com o sobe e desce da bolsa se tornando mais intenso e veloz.
Muitas pessoas enxergam isso como oportunidades de lucrar no curtíssimo prazo. Outras, já se assustam e preferem ficar o mais longe possível do mercado nestas ocasiões. Dessa maneira, como o investidor pode manter a cabeça fria durante os períodos de maior estresse do mercado?
O primeiro ponto é a boa e velha diversificação. Ter um bom mix de produtos financeiros na carteira de investimentos é uma estratégia consolidada, que ajuda o investidor a se proteger e até mesmo captar parte da volatilidade que o mercado oferece nessas ocasiões.
Possuir uma boa parte na renda fixa, por exemplo, ajuda o investidor a passar mais tranquilamente pelo período de maior volatilidade.
Além do mais, dependendo dos setores que ele gosta de investir na renda variável, boas oportunidades podem surgir ao longo de um caminho mais turbulento.
Um segundo fator a se considerar é qual o perfil de risco que o investidor deseja correr neste momento. Muitos investidores que se consideram mais agressivos podem ficar “mais medrosos” em situações que trazem maior volatilidade no mercado.
Assim, como gosto de dizer, o investidor só pode ter na renda variável uma quantidade de dinheiro suficiente para não tirar seu sono à noite. Se a maior volatilidade do mercado está trazendo muito estresse, pode ser que a exposição deste investidor esteja maior do que ele realmente suporta.
O terceiro e último ponto que coloco neste tripé é alavancagem financeira. Muitas pessoas, principalmente traders de prazo mais curto, utilizam as alavancagens oferecidas por bancos e corretoras na busca de maiores resultados.
Se você é um trader…
Em cenários estáveis, a alavancagem já constitui um grande risco, principalmente para quem não sabe o que faz no mercado.
E quando a bolsa tende a ficar mais agitada, como agora, os movimentos mais bruscos podem acabar rapidamente com o dinheiro de operadores mais gananciosos e que não fazem uma boa gestão de risco.
Assim, se você é um trader mais ativo e está assustado com as movimentações atuais, talvez seja o momento de diminuir a alavancagem utilizada, ou até mesmo dar um tempo do mercado até ele voltar ao seu “normal”.
Não é vergonha nenhuma ficar de fora de um mercado que você se sente desconfortável em operar. Quem é corajoso demais costuma pagar a conta dos mais cautelosos.
E que fique claro: volatilidade pode ser vista como risco ou oportunidade. E também não tem certo ou errado aqui.
O que importa, de verdade, é que você consiga ter uma carteira vencedora no longo prazo.
Deixar seu dinheiro “descansando” na renda fixa, enquanto muita gente fica suando frio em mercados voláteis, pode ser uma sábia decisão.
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